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domingo, 15 de abril de 2018


A complexidade das influências marxistas e a contemporaneidade


  O debate acerca dos ideais socialistas defendidos por Karl Marx e Friedrich Engels perdura dentro do sistema econômico-social desde suas primeiras veiculações na metade do século XIX. Por décadas, a efervescência cultural que se observava na esfera política do sistema capitalista fora visivelmente arrebatadora e intensa, com as organizações proletárias militantes ao redor do mundo alcançando um nível de embate coletivo entre as classes nunca antes visto. O capitalismo contemporâneo vem acompanhado de mudanças, muitas delas adstritas ao século passado; entretanto, há uma internacionalização permanente dos ideais socialistas que permitem uma oposição também permanente ao sistema atual, a ideia fora plantada nas profundezas da organização social humana. A atualidade ainda admite as influências marxistas, ainda que atuem naturalmente de maneira adaptada à pós-modernidade. 
  Numa análise da posterioridade de Marx, a coletivização dos seus ideias socialistas científicos acabou por garantir movimentos de trabalhadores capazes de alterar as relações laboriosas para com o grupo detentor do capital e dos modos de produção; diferentemente do que preconizava com profundo receio, as condições do povo assalariado acabaram por alcançar progressivamente melhores métodos e condições garantistas, ainda que a custa de muita luta social e prática. Não à toa se estabelece como uma linha de pensamento político atuante o socialismo, alcançando grupos populares e contribuindo para a ascensão de líderes ligados à causa, muitos a partir da década de 1980, como na América Latina e na Europa Ocidental. O impacto latente causado pela Revolução Russa não ecoou durante o mundo apenas até algumas poucos momentos posteriores; até hoje o feito é entendido como o ápice da possibilidade de adotar o socialismo de maneira viável e prática, muito embora tenha sofrido com as mazelas do corrompimento do poder, que vem ao caso serem citadas para que não passem despercebidas. 
  Trabalhando em cima da dialética marxista e das condições que o autor aponta para que haja a possibilidade de desenvolver o socialismo científico, é bem verdade que há a indispensabilidade de tratar da necessidade de um sistema capitalista forte e consolidado para que seja possível organizar a revolução que traria igualdade e cessaria a exploração desmedia da mais-valia. 
  No mais recente período, o legado marxista concretizado influencia diretamente a oposição política como sempre o fará; o fenômeno mais amplo também observado, que aqui carece de atribuições axiológicas, é o do desmembramento da teoria marxista para outras vertentes reformistas, como a social-democracia. A aplicabilidade e a constância que pode ser observada nestas novas fases do marxismo reflete críticas dos que defendem a teoria original, que alegam não ser a contribuição mútua entre as classes o verdadeiro objetivo do marxismo científico. Fato é que o alcance de tais teorias até hoje é notável de se observar, o que faz sentido numa sociedade plural e rica em espectros políticos que buscam adaptação à contemporaneidade. 
  Cabe uma análise mais ampla para entender o alcance e as influências do marxismo na atualidade; embora ideias nunca morram, passam constantemente por reformulações. 

Pedro Henrique Dinat Labone - Turma XXXV - Direito, Matutino

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