Karl Marx acreditou no socialismo
(e posterior comunismo) como uma forma de organização social necessária e
naturalmente subsequente ao sistema capitalista que domina as diferentes
esferas de relações na sociedade. Entretanto, a execução de uma reforma em toda
a estrutura vigente requer convicção coletiva, e não apenas individual. Sendo
assim, resta-nos recorrer ao estudo da possibilidade de formação de determinada
consciência coletiva para avaliar o potencial de sucesso socialista e comunista
nos dias atuais.
Há tempos que a ideia de dialética propõe um enfrentamento das afirmações tomadas como verdades e em estado de
plena vigência (as chamadas "teses") para a criação de conhecimentos
melhor fundados, formados durante esse ciclo interminável de questionamentos.
Atualmente, tal ideia é levada a cabo pela classe científica que não se cansa
de buscar novas informações e verificar as mais antigas através de várias
experimentações.
Analisando o homem por outro ângulo, percebe-se que o
mesmo é, em essência, um oportunista que não desperdiça as chances de se
sobrepor aos demais como forma de se beneficiar. Thomas Hobbes afirmava que o
homem é mau por natureza, e a quem duvide de tal perspectiva, Jean-Jacques
Rousseau diria que o homem nasce bom, mas é corrompido pela sociedade. Em um
país devastado pela corrupção, podemos compreender que o indivíduo tende, de
fato, ao egoísmo destrutivo e à ambição desenfreada.
Retomando o início do texto, cabe lembrar que o
comunismo depende de uma educação geral da população, que deve entender a
necessidade da implantação de tal sistema, onde haverá a abolição do dualismo
"opressor x oprimido" e todos poderão estar nivelados ao mesmo
patamar social, que dependerá apenas do próprio trabalho do indivíduo, e não de
alguém que compre sua força de trabalho e determine seu valor. A proposta de
tal ideologia parece tentadora, mas a soma de questionamentos constantes e
inevitáveis de toda a sociedade e a natureza má e ambiciosa do humano permitirá
uma sobrevivência estável e produtiva do comunismo? Essa forma de organização
socioeconômica estará imune às inquietações populares por mudanças (muitas
vezes, em benefício de um grupo específico), que se expressam em qualquer
sistema e que já são observadas mesmo no capitalismo? Para o mais pessimista, a
resposta será "não", e para o mais otimista, analisando o panorama
apresentado, a resposta será tão negativa quanto.
Vitor Silva Muniz - Direito (matutino) / Turma XXXV
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