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domingo, 15 de abril de 2018

Comunismo e natureza humana: o conflito e a incompatibilidade

  Karl Marx acreditou no socialismo (e posterior comunismo) como uma forma de organização social necessária e naturalmente subsequente ao sistema capitalista que domina as diferentes esferas de relações na sociedade. Entretanto, a execução de uma reforma em toda a estrutura vigente requer convicção coletiva, e não apenas individual. Sendo assim, resta-nos recorrer ao estudo da possibilidade de formação de determinada consciência coletiva para avaliar o potencial de sucesso socialista e comunista nos dias atuais.

   Há tempos que a ideia de dialética propõe um enfrentamento das afirmações tomadas como verdades e em estado de plena vigência (as chamadas "teses") para a criação de conhecimentos melhor fundados, formados durante esse ciclo interminável de questionamentos. Atualmente, tal ideia é levada a cabo pela classe científica que não se cansa de buscar novas informações e verificar as mais antigas através de várias experimentações.

   Analisando o homem por outro ângulo, percebe-se que o mesmo é, em essência, um oportunista que não desperdiça as chances de se sobrepor aos demais como forma de se beneficiar. Thomas Hobbes afirmava que o homem é mau por natureza, e a quem duvide de tal perspectiva, Jean-Jacques Rousseau diria que o homem nasce bom, mas é corrompido pela sociedade. Em um país devastado pela corrupção, podemos compreender que o indivíduo tende, de fato, ao egoísmo destrutivo e à ambição desenfreada.
     
  Retomando o início do texto, cabe lembrar que o comunismo depende de uma educação geral da população, que deve entender a necessidade da implantação de tal sistema, onde haverá a abolição do dualismo "opressor x oprimido" e todos poderão estar nivelados ao mesmo patamar social, que dependerá apenas do próprio trabalho do indivíduo, e não de alguém que compre sua força de trabalho e determine seu valor. A proposta de tal ideologia parece tentadora, mas a soma de questionamentos constantes e inevitáveis de toda a sociedade e a natureza má e ambiciosa do humano permitirá uma sobrevivência estável e produtiva do comunismo? Essa forma de organização socioeconômica estará imune às inquietações populares por mudanças (muitas vezes, em benefício de um grupo específico), que se expressam em qualquer sistema e que já são observadas mesmo no capitalismo? Para o mais pessimista, a resposta será "não", e para o mais otimista, analisando o panorama apresentado, a resposta será tão negativa quanto.

Vitor Silva Muniz - Direito (matutino) / Turma XXXV

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