Ao interpretar a sociedade por uma perspectiva marxista, pode-se observar o seguinte: somos um produto. Produto dos nossos pais, do local onde nascemos e crescemos, das pessoas com as quais convivemos. Ora, somos então uma síntese. A sociedade, composta por nós, também é uma síntese. O modo como vivemos atualmente foi conquistado com lutas das minorias, dos marginalizados e dos oprimidos, sendo a antítese as classes opressoras.
A luta de classes, tão reiterada por Marx, é facilmente perceptível ao se analisar a História. As mulheres estão em constante luta contra o patriarcado, o proletariado ainda batalha por sua dignidade em detrimento da burguesia, entre outros embates sociais. Superamos muitos obstáculos, obtivemos muitas conquistas, mas estamos, ainda, longe de uma revolução.
O ideal de revolução parece estar adormecido na cabeça do homem atual, tão sufocado por um sistema que aliena, que escraviza as mentes. Quando não estamos trabalhando exaustivamente por salários injustos, estamos assistindo ao noticiário que anuncia crise econômica, inflação alta, corte de verbas para educação e saúde, corrupção política, violência nas ruas. Como pensar em revolução?
Talvez a mudança estrutural de toda a sociedade esteja um pouco distante. Mas diante de tanto conservadorismo e regresso, não são as pequenas conquistas pequenas revoluções? A criminalização do machismo, do racismo, a regularização das leis trabalhistas (apesar do recente regresso) são passos em direção a mudança. E o direito está presente na legitimação dessas conquistas, portanto, é sim um instrumento de mudança social, ao contrário do que dizia Marx.
Por conseguinte, podemos ver que Marx é muito importante como instrumento de análise social, uma vez que esmiuça todo o sistema capitalista e proporciona o entendimento dos instrumentos de manutenção da burguesia. Ao compreender o meio onde vivemos, podemos mudá-lo.
Gabriela Barbosa Rodrigues- Direito matutino
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