O
materialismo dialético como método científico promovido por Karl Marx e
Friedrich Engels tem como uma das características a perda da visão do todo.
Isso quer dizer que nesse método de análise, o cientista vai além do
instantâneo, além do que os olhos enxergam. Dessa maneira, infere-se que o
cientista pensa da história do objeto em análise, pensa em todas as ações que
levaram tal coisa a ser daquela maneira.
À
síntese das várias ações que levam algo ser de tal maneira, dá-se o nome de
concreto. Nesse aspecto, por exemplo, Marx se contrapõe a Comte e Durkheim, os
quais apenas consideram o fato, aquilo que se apresenta diante dele. Um
exemplo: uma pessoa moradora de rua, usuária de drogas, mata outra. Para Comte
e Durkheim, essa pessoa é vista apenas como uma assassina, uma drogada. Já Marx
analisaria toda a história da pessoa que cometeu o homicídio, concluindo que
ela é a síntese de múltiplas contradições, sendo uma delas a incapacidade do
indivíduo se inserir no mercado e acabar morando nas ruas.
No
marxismo, o concreto não é algo imóvel, isto é, de um dia para o outro o
concreto pode se desfazer. Exemplo disso na atualidade é o retrocesso da
conquista de direitos, usando a PEC 241, aprovada no Congresso Nacional no dia
10/08/16, a qual estabelece um novo regime
fiscal, proposto pelo presidente interno, Michel Temer, e pelo ministro da
fazenda interino, Henrique Meirelles, que visando diminuir a interferência
estatal na economia, determina que por 20 anos não será investido dinheiro
algum na educação, saúde e assistência social. Ou seja, passa-se por cima
da lei sancionada por Dilma Rousseff em 2012 que fixa gastos mínimos em saúde,
por exemplo, ficando claro a assim, o retrocesso e a mudança do concreto.
Stella Cácia Bento Schiavom - 1º ano de Direito (noturno)
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