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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

"A cabeça desta emancipação é a filosofia; seu coração, o proletariado"

Marx em sua trajetória fez uma crítica radical ao idealismo hegeliano, na qual afirma que Hegel inverte a relação entre o que é determinante – a realidade material – e o que é determinado – as representações e conceitos acerca dessa realidade. A filosofia idealista seria, assim, uma grande mistificação que pretende entender o mundo real, concreto, como manifestação de uma razão absoluta. Marx procurou compreender a história real dos seres humanos em sociedade a partir das condições materiais nas quais eles vivem. Essa visão da história foi chamada posteriormente por Engels de materialismo histórico.
Engels propõe uma evolução ou uma espécie de transformação dos conceitos socialismo utópico e socialismo científico. O primeiro, o socialismo aparece como verdade a ser revelada pela visão de alguns homens especiais, de ímpeto voluntarioso e a partir do pensamento, acrescentando que a ideologia seria um falseamento do real a partir de uma determinada perspectiva. O segundo, o socialismo aparece como uma ciência, uma realidade, criticando, assim, a metafísica.
De acordo com o pensamento de Marx, os seres humanos não podem ser pensados de forma abstrata, como na filosofia de Hegel, nem de forma isolada, como nas filosofias de Feuerbach, Proudhon e tantos outros que Marx criticou, como Schopenhauer e Kierkegaard. Para Marx, não existe o indivíduo formado fora das relações sociais, isso significa que a forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam vincula-se à forma como se dão as relações sociais. Essas relações sociais, por seu lado, são determinadas pela forma de produção da vida material, ou seja, pela maneira como os serres humanos trabalham e produzem os meios necessários para a sustentação material das sociedades. Ao falar da produção material da vida, ele não se refere apenas à produção das inúmeras coisas necessárias à manutenção física dos indivíduos. Considera também o fato de que, ao produzirem todas essas coisas, os seres humanos constroem a si mesmos como indivíduos.
Marx também entende o desenvolvimento histórico-social como decorrente das transformações ocorridas no modo de produção. Nessa análise, ele se vale dos princípios da dialética. Na concepção hegeliana, a dialética torna-se instrumento de legitimação da realidade existente. No pensamento de Marx, a dialética leva ao entendimento da possibilidade de negação dessa realidade, ou seja, permite compreender a história em seu movimento, em que cada etapa é vista não como algo estático e definitivo, mas como algo transitório, que pode ser transformado pela ação humana.
Vale ressaltar, o modo de produção que é a maneira como se organiza a produção material em um dado estágio de desenvolvimento social. Essa maneira depende do desenvolvimentos das forças produtivas e da forma das relações de produção. A passagem de um modo de produção a outro, segundo o filósofo, dá-se no momento em que o nível de desenvolvimento das forças produtivas entra em contradição com as relações sociais de produção. De acordo com Marx, caberia à classe social que possui um caráter revolucionário intervir por meio de ações concretas, práticas, para que essas transformações ocorram. Foi o que aconteceu, por exemplo, na passagem do feudalismo ao capitalismo, como as revoluções burguesas.
Marx aponta que a luta de classes é o motor da história, isto é, a luta de classes faz a história se mover. De acordo com Marx, o capitalismo também criou uma classe revolucionária que, em virtude de suas condições de existência, deve se organizar para, no momento oportuno, fazer a revolução social rumo ao socialismo. Essa classe revolucionária seria o proletariado.
Diante disso, percebe-se o quão presente é ainda a teoria de Marx e Engels, visto que o atual modo de produção capitalista escraviza os indivíduos em círculo vicioso, fazendo com que o homem reproduza constantemente coisas materiais e acentue ainda mais as desigualdades sociais e econômicos entre aqueles que comandam os meios de produção (patrão) e aquele que é uma peça do meio de produção (proletariado).

Douglas Torres Betete – 1º ano Direito (noturno)

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