“Homem
livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e
companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm
vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que
terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária, da sociedade inteira,
ou pela destruição das duas classes em luta.”
O trecho
de Karl Marx e Friedrich Engels reflete a visão dos autores sobre a sociedade: consiste
esta em constante luta de classes, desde os tempos remotos da vida em comunidade até
a atualidade, quando apenas se simplifica tal conflito, e a sociedade como um
todo se divide em apenas duas classes, completamente opostas uma a outra,
burguesia e proletariado.
Dentro
desta perspectiva de luta, caracteriza a relação burguês-proletariado a
exploração do segundo pelo primeiro, causada por fatores difusos que
concentram-se em torno da propriedade – aliada à renovação e aperfeiçoamento
incessante – dos meios de produção, o que os permite manter sob seu comando os
explorados, camadas inferiores em teor econômico da estrutura social.
Tal
pensamento, mesmo com as críticas e anacronismos a ele cabíveis, ainda pode ser
considerado contemporâneo, malgrado sua publicação date de tempos longínquos,
quando levada em conta a rápida mudança presente no mundo globalizado. No
período atual, o modelo capitalista enraizou-se em torno da maior parte do
globo, fundamentado de forma similar à que o fazia quando da primeira publicação
do Manifesto Comunista. Inclusive, pode-se dizer que a exploração do
proletariado vem ganhando faceta visível, porém ignorada pela maior parte dos
setores sociais. Hoje, é comum que se veja empregados trabalhando quantidades
extraordinárias de horas por semana, mesmo acima de sua capacidade física e
intelectual, sem que a remuneração para isto seja adequada. É casual ver a
cobrança constante por maior rendimento, ainda que não seja necessário
aumenta-lo para dar grande margem de lucro ao empregador. A exploração
tornou-se algo tão trivial, neste aspecto, que pode dizer-se incorporada ao
modelo de sociedade no qual estamos inseridos. Estes fatores justificam a frase
do manifesto que alega que a “[a burguesia] fez da dignidade
pessoal um simples valor de troca”.
O
discurso de Marx e Engels se faz contemporâneo e válido, bem como relevante,
para se adquirir nova visão sobre as estruturas calcadas na sociedade. Não é
necessário, naturalmente, que se busque uma revolução do proletariado, contudo,
faz-se mister que adquiramos noção crítica sobre estas estruturas, para que se
possa modifica-las e combater a exploração econômica intrínseca da atualidade.
Gabriel Cândido Vendrasco - 1º ano - Diurno
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