Para compreender a explicação dos socialistas científicos para a história humana, é necessário se remeter ao idealismo hegeliano. Hegel foi um dos mais populares pensadores alemães na primeira metade do século XIX. Sua concepção de história é baseada na dialética - o confronto de uma ideia tida como verdade (a tese) com seu contrário (a antítese), que, de seu embate, produziriam a síntese; esta, por sua vez, serviria de tese a uma futura antítese, e assim por diante. A tese já carrega em si a antítese, o seu contrário, que será também o motivo de sua queda em contradição e de sua "substituição". A dialética hegeliana é essencialmente idealista.
Engels e Marx, em suas análises, usam da ideia da dialética para explicar a história, mas de uma perspectiva materialista. Partindo do ponto de vista econômico, a conclusão a que se chega é que a história da humanidade é a história da luta de classes. Uma classe dominante, a tese, já carrega em si a sua antítese - a classe oprimida. Do embate entre as duas, surge a síntese, ou seja, uma nova ordem econômica.
O materialismo dialético é a conclusão de uma observação rigorosa do processo histórico. Em dada época da humanidade, estava em posição de tese o modo de produção feudal, com a nobreza como classe dominante. A classe oprimida, os burgueses, passou a exercer oposição e a usar de meios revolucionários, até que a síntese obtida fosse o modo de produção capitalista. O capitalismo em si seria, então, a nova tese - a burguesia, antes oprimida, se encontraria em posição dominante sobre uma nova classe, o proletariado.
A partir desse ponto, o socialismo científico adquire caráter de vaticínio. Engels e Marx afirmam que o proletariado fará uma revolução armada para coletivizar os meios de produção, no mundo todo, com o objetivo de transformar a organização da sociedade no comunismo. Os críticos dessa teoria apontam aí o seu erro mais grave: a revolução do proletariado não aconteceu da maneira que os teóricos pretendiam, nem a nível mundial.
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