Karl Marx e Friedrich Engels são figuras
evocadas muitas vezes como o Deus judaico-cristão, seres onipotentes e oniscientes.
Estão presentes em discursos ardentes e motivadores de uma visão do futuro,
semelhante a pregações de líderes religiosos. Faixas e cartazes são levantados
pregando o fim do capitalismo, um fim trágico, feito por uma revolução bruta.
Nem se imagina que Marx e Engels usaram da arte da dialética para propagar as
suas ideias.
Foi justamente contra o idealismo
que os dois sociólogos lutaram, defendendo o Materialismo Dialético, Engels, na sua obra Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, nos traça a
história da humanidade sob uma perspectiva material e racional, deixando de
lado a perspectiva ideológica abordada por Hegel.
Na formulação do socialismo, Marx
e Engels partem da análise dos fatos da nova sociedade. Frente às injustiças da
burguesia contra o proletariado, várias tentativas de anular esses agravos
foram estabelecidas, mas como viriam a serem chamados, esses socialismos eram
utópicos, não prosperariam por causa do seu desapego com a matéria, não
resolveriam a luta de classes.
Foi assim que enxergaram que o
proletariado, a classe oprimida, era a antítese da burguesia, a classe
dominante. Quando a burguesia se torna uma classe supérflua, então aí que o
proletariado, que realiza todas as tarefas da produção, teria a oportunidade de
tomar o poder, através da Revolução Proletária e começar a nova etapa da
sociedade, o socialismo, socialismo científico.
Desse modo o socialismo não é
fruto dos devaneios revolucionários de duas pessoas carismáticas, mas fruto de
uma observação e uma metodologia. Muito diferente da religiosidade com que esse
assunto é tratado na boca de muitos. Dessa forma não se justifica em nada essa ferocidade com que é tratado o socialismo. O socialismo é um programa, é um trabalho de duas mentes que longe de serem divinas, foram científicas.
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