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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Contos de utopia e histórias de miséria

A sociedade passou por diversas modificações no sistema produtivo ao longo da história, que permitiram não só um maior número de produtos em menor tempo nem a enorme (e problemática) acumulação de capital, mas também a conversão dos meios de produção do indivíduo em meios de produção sociais.
A cada evolução que o maquinário sofria, se tornando mais eficiente, mais os operários se afastavam daquilo que eles próprios produziam. Apesar de serem os responsáveis pela existência de um bem, seu salário medíocre estava longe do necessário para a posse deste, pois mal era suficiente para seu sustento mínimo. Enquanto isso os capitalistas, donos dos meios de produção, enriquecem às custas do proletariado e trilham ser caminho ao poder.
Enquanto a miséria assombrava a maior parte da população, que crescia cada vez mais, a outra parte (burguesia) parecia estar sofrendo de um terrível male que misteriosamente os deixava cegos em relação à situação das pessoas às quais primeiro me referi. Por sorte alguns, como Henri de Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen, eram imunes a tal doença e perceberam que havia algo errado e que isto deveria ser mudado. Assim surgiram os utopistas, que lançaram as primeiras sementes do pensamento socialista, sem se importarem, porém, com o caminho para alcançá-lo. Para eles o socialismo, por ser evidentemente algo virtuoso, conquistaria o mundo apenas através de sua revelação. Mas isso foi apenas um conto que precisava ser transformado até ser encaixado na realidade.
E a partir de vários estudos sobre a história e a sociedade, surgiu o socialismo científico, que tomou como principal fator que possibilitaria as modificações necessárias a luta de classes, com conseqüente vitória do proletariado e transformação do papel do Estado em representante efetivo de toda a sociedade. As classes sociais chegariam ao ponto de desaparecem por completo, junto com a dominação, tornando o Estado desnecessário e trazendo a valorização da coletividade e a distribuição dos meios de produção antes concentrados nas mãos de poucos.

As constantes crises em que o acúmulo de produtos e a falta de consumidores causam enorme transtorno são indicativas do círculo vicioso em que a forma de produção se encontra e da necessidade de mudança. Para encerrar, coloco aqui dois trechos traduzidos da música “Do you hear the people singing?” do musical Os Miseráveis, que apesar de tratar de um tema e um momento histórico diferentes dos abordados por Engels, traduz bem o sentimento revolucionário de um povo que deseja a transformação de suas condições de vida.

"Você ouve as pessoas cantarem?
Cantando a canção dos homens furiosos
Essa é a música de um povo
Que não será escravo novamente

Quando a batida do seu coração
Ecoa na batida dos tambores
Há uma vida prestes a se iniciar
Quando a manhã chegar"

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