De certa
maneira, os socialistas utópicos podem ser considerados pensadores
absolutamente ingênuos. Em alguns momentos expressaram opiniões como as de que
uma revolução socialista não apenas teria suporte da burguesia como poderia até
mesmo partir dela. É compreensível que se pensassem dessa forma, afinal não
fizeram nenhum tipo de análise profunda da história social do homem pera
elaborar tais afirmações. Engels e Marx, no entanto – principalmente o segundo –
embasaram seu pensamento com um estudo muito abrangente da história, o que
possibilitou que suas opiniões em relação a esse assunto fossem muito mais
relevantes, produzindo propostas e ideias palpáveis em vez de ingênuas
divagações. Diferente dos socialistas utópicos, Engels e Marx apresentaram
propostas práticas, com ideias palpáveis. Sempre elogiando a burguesia, eles
diziam que o proletariado devia basear-se nela no que dizia respeito à luta de
classes.
Eles
conseguiram, por meio de observação, apontar que a história da humanidade é a
história da luta de classes. As investidas da classe subjugada para tomar o
poder e reverter sua situação social são o motor da história, são os
acontecimentos que acarretam em reflexos seculares e em cicatrizes marcantes na
sociedade. De forma resumida, pode-se dizer que sob esse contexto, esse
processo teve início concomitantemente com o início da propriedade privada, ou
seja, a partir do momento que um homem tomou para si algo que anteriormente
pertencia a toda a comunidade. Esse acontecimento resultou na tentativa da
classe que não detinha propriedade privada – algo sempre relacionado a poder –
de possuí-la. A posse material é o cerne de todo esse método de análise,
reduzindo – ou quiçá sintetizando – os desejos humanos àqueles de caráter
puramente econômico.
Um dos métodos
de estudo utilizados por ele é o da dialética, ou seja, a análise das “teses”
que se tinha em determinado momento histórico e todas as antíteses que ela gerou,
comparando-as. Essas análise gera uma história que pode ser considerada
relativamente cíclica, repetitiva; um pêndulo alternando entre dionisíaco e
apolíneo, que se expressa em estados ora fortes ora fracos.
Atualmente, no
entanto, há uma distorção do termo socialismo, oriunda de uma massiva
propaganda por parte dos Estados capitalistas e da mídia, como por exemplo o Macartismo
nos Estados Unidos, que quase que literalmente demonizou o termo. Todavia, de
fato há uma relevante diferença prática entre socialismo científico abordado por
Marx e o socialismo real, que foi posto em prática. Entre o que Marx disse e o
que Stálin fez há uma vala imensa. Cheia de corpos.
No que diz
respeito a União Soviética, não entrando muito no assunto, o erro foi desde o
início, visto que Marx deixava bem claro que anteriormente ao Socialismo
deveria, obrigatoriamente, existir o Capitalismo; era um pré-requisito que o
país fosse industrializado. A URSS, no entanto, antes de 1917 era absolutamente
rural, com um nível feudal de desenvolvimento.
Poderia se
escrever um livro apontando os “erros” cometidos pelo soviéticos, e mais outro
explanando porque o que se têm na China e na Coreia do Norte não passa de uma
versão grotesca e distorcida do que Marx disse, podendo talvez até ser definida
como “errada.” No entanto o estrago já foi feito, a doutrinação realizada no
século XX foi fortíssima, de forma que se levaria anos de luta para a
regularização do termo, para que não fosse mais abominado e até mesmo maldito.
Para finalizar, um
pouco de música: Primeiramente, uma das maiores obras primas da história do
Rock: Animals. O álbum do Pink Floyd,
lançado em 1977, é baseado no clássico Revolução dos Bichos, de George Orwell.
O livro é um conto metafórico do que aconteceu na União Soviética, e chegou a
ser proibido em diversos países no século XX. Junto com 1984, forma o brilhante trabalho de Orwell relativo ao Socialismo Real. No álbum, a banda divide as pessoas em três classes:
Porcos, que são governantes que dominam por mentir para as classes mais pobre, interrompendo e atrapalhando suas vidas. Cachorros, que são trabalhadores que não ligam pra mais nada além de seu dinheiro; no livro na minha opinião a figura é melhor representada pelo cavalo Sansão. E por fim as ovelhas, que como o gado da nossa sociedade bovina, apenas ouvem o governo, sendo maleados conforme os interesses pessoais de cada governante.
Por Lucas Omer Severen Surjus
1º Ano Direito Diurno
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