Marx e Engels ao criarem sua teoria a partir da observação
do mundo empírico constataram que o trabalho antes de total propriedade do ser
humano desvencilhou-se deste e passou para a mão dos donos da fábrica.
O trabalhador virou operário; não foi somente uma mudança de
nomes e sim de função. Antes ele lavrava a terra, colhia o alimento e
preparava-o; antes ele curtia o couro e costurava a bolsa; agora ele somente
opera máquinas, não sabe direito o que faz na produção, o quanto produz e muito
menos o que produz.
O Vagabundo, personagem de Tempos Modernos, retrata muito
bem o que é o operário, não só pelo fato de realizar o mesmo trabalho e os
mesmos movimentos repetidas vezes, mas também por não ter um nome: ele trabalha
várias horas na fábrica, fazendo o máximo que pode e mesmo assim não tem
reconhecimento por parte do dono e ainda mais é conhecido como o vagabundo,
como se todo o seu trabalho ainda fosse insuficiente.
Marx e Engels ao desvendarem as leis do processo histórico
com o modelo tese/antítese propuseram uma saída para esse operário antes mesmo do
capitalismo atingir esse nível. A proposta de que a produção deveria ser
apropriada pelo social e não pelo dono da fábrica gerou um grande impacto na
sociedade da época. Entretanto, modelos posteriores demonstraram que o poder do
capitalismo é tão forte que nem o socialismo soviético conseguiu suplanta-lo.
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