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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A sociedade orgânica segundo Durkheim

Em sua obra, Da divisão do trabalho social, Émile Durkheim caracteriza duas sociedades distintas, a mecânica e a orgânica. Para ele, inicialmente unidos por seus vínculos culturais comuns numa sociedade regida pela solidariedade mecânica, os indivíduos passam a se organizar em torno de relações de produção e dependência, propiciadas pelo desenvolvimento da técnica e crescente necessidade de especialização para atender à demandas cada vez mais diversificadas.

Essa sociedade orgânica, embora menos ideologicamente ativa do que sua predecessora, é tanto mais capaz de manter-se coesa, adotando não são os valores à ela intrínsecos, mas também a interdependência material, sujeitada a essas valores, para irrelevar o indivíduo perante o todo.

Não obstante, a própria noção de coerção é, para Durkheim, inerente às sociedades orgânicas, pois o conjunto de valores morais sobrejacentes, a superestrutura social, só pode adquirir coercitividade com o afloramento da consciência individual, diretamente vinculada a diferenciação social.

Yuri Rios Casseb

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