A moderna forma de
organização social, segundo o sociólogo, parece pressupor uma solidariedade orgânica
como fator de coesão social. Tal solidariedade reforça laços de dependência entre
indivíduos que, por meio da execução de tarefas cada vez mais específicas e
ofícios específicos, dependem uns dos outros para a vida em sociedade. Não
obstante, a possível ausência de uma consciência coletiva homogeneizadora,
parece ser a eficiência do trabalho um valor compartilhado, uma vez que a
complementariedade de funções garante certa coesão social. Assim, a eficiência do
trabalho, ou falta desta, perece ser o valor presente e unificador capaz de
nortear ações sociais. Em um sistema de solidariedade orgânica onde o trabalho
é muito especializado, a ausência deste valor parece indicar, no mínimo, um
retardo no funcionamento social ou ainda uma disfunção em sua engrenagem.
Porém, a preocupação com a eficiência de um ofício especializado pode acentuar
um processo de desinteresse pelo conhecimento de outros ofícios e assim maior
especialização ou individualização, ou seria a acentuada individualidade
moderna o fator responsável por uma maior especificação do trabalho? Talvez,
mais importante que saber se a individualização social causa um aumento do
trabalho especializado, ou se o trabalho especializado causa um aumento do
processo de individualização social, seja conhecer as possíveis consequências sociais
de tal processo e em que rumo caminhamos.
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