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terça-feira, 28 de junho de 2011

O Manifesto Comunista: considerações

O texto do Manifesto Comunista foi escrito em 1848 e traduzido para praticamente todas as línguas modernas ocidentais, sendo um dos textos mais lidos da história da humanidade.

Sua importância não se dá pelo seu valor científico, mas pelo emprego de um estilo persuasivo, que encanta como a leitura de um texto religioso, um texto quase que sagrado.

O manifesto descreve o capitalismo de forma apocalíptica, um sistema transitório. O capitalismo produziu uma revolução tecnológica fundamental para o desenvolvimento da sociedade humana. A burguesia, portanto, teria as condições necessária para eliminar as diferenças de classe e construir uma sociedade mais justa.

Porém, Marx e Engels se equivocaram ao transformar em dogma a inevitabilidade do socialismo, como sistema posterior ao atual, construído sobre o triunfo do proletariado contra a burguesia que desvirtuou os princípios da Revolução francesa.

O proletariado de hoje está longe de ser uma classe homogênea. Atualmente, os trabalhadores do setor produtivo estão divididos em várias subclasses, nos quais se incluem indivíduos com altos salários que possuem interesses muito próximos dos interesses patronais.

O mesmo pode se dizer sobre a esquerda, representada pelos partidos trabalhistas e comunistas. Nos regimes democráticos, tais entidades estão mais preocupadas em ocupar cargos importantes nos Estados, deixando para trás o desejo de conduzirem uma revolução. A queda do muro de Berlim contribuiu para o esmaecimento do sonho comunista expresso no manifesto.

contudo, não podemos deixar de destacar a importância humanística do texto, que influenciou positivamente várias vitórias trabalhistas que podem ser observadas através de leis que beneficiaram o proletariado por todo o planeta.

Portanto, O Manifesto Comunista não deve ser lido como um documento dogmático que fale sobre as inevitabilidades do futuro. Deve ser entendido como a revolta de um cientista com a situação dos trabalhadores no contexto de sua época. O leitor deve levar em conta as possibilidades históricas, e não se deixar levar pela mágica de sua retórica.

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