Para formular suas verdades, Descartes renegou toda e qualquer afirmação que aceitasse dúvidas para em seguida construir suas verdades incontestáveis, embasando-se na regra geral de que “as coisas que concebemos muito clara e distintamente são todas verdadeiras.” Assim Descartes chega em seu primeiro princípio: “penso, logo existo”.
Contudo, sentimos em seu modo de pensar uma dependência constante da fé em Deus, uma vez que para ele o nosso raciocínio, ferramenta tão sublime e essencial, é fruto de um ser maior. Segundo o filosofo, nós, seres humanos somos imperfeitos, não possuímos todas as verdades e temos a consciência disso. Com base nessa constatação, Descartes afirma que deve existir um ser superior, que ao contrario de nós, não apresenta nenhuma imperfeição sendo também detentor de todas as verdades.
Descartes então, não pode ser visto como uma ruptura do pensamento medieval nem como uma continuidade deste. Mesmo sendo um homem de fé, como é facilmente observado em sua obra, o autor busca utilizar-se exclusivamente da razão como método conciso de análise. Porém, também é inegável a presença da crença em um ser desconhecido e perfeito, Deus.
A ciência moderna, mesmo apresentando tantos progressos e descobertas não conseguiu anular o raciocínio cartesiano e suas conclusões, como também não conseguiu descartar a existência provada racionalmente pelo filósofo de Deus. Vivemos, ainda hoje a mesma controvérsia vivida no tempo de Descartes, no qual as crenças religiosas esbarram na ciência e a ciência tenta anular a fé da Igreja. Após tanto tempo, o raciocínio apresentado por Descartes continua atual e inconteste sendo polemicamente uma junção da ciência e da fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário