O Discurso do Método, publicado na França em 1637 por René Descartes, é considerada a principal obra de ruptura cultural que dá origem à Filosofia Moderna. O texto propõe um modelo sistemático para conduzir o pensamento humano, usando a matemática e o empirismo como bases concretas para se alcançar a verdade. O racionalismo é, para Descartes, a única forma de se combater a superstição, a magia e a alquimia, além de todo o conhecimento duvidoso transmitido pelo hábito.
Nos séculos seguintes, a difusão do pensamento racionalista fez com que a ciência se desenvolvesse de forma muito técnica e, hoje, como um reflexo da utilização indiscriminada de tal método e raciocínio, a nossa sociedade vê essencialmente tudo de forma quantitativa e não mais qualitativa. É devido ao excesso de racionalismo que até mesmo as relações sociais podem ser quantificadas e adaptadas para satisfazerem as necessidades humanas, se o termo ainda for cabível.
Certamente a contribuição do pensamento de Descartes foi enorme e, a partir de seu método, áreas como a medicina e a engenharia no geral são capazes de nos proporcionar uma maior qualidade de vida, bem como longevidade. Porém, ao aplicarmos o método racionalista em todos os aspectos da vida humana, deixamos de lado o romântico idealismo e assumimos o realismo absoluto, desencantando o mundo.
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