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quinta-feira, 21 de abril de 2022

Como alcançar o positivo?

O contexto histórico europeu do século XIX, com as revoluções liberais, industriais, o contexto de agitação e fervilhamento revolucionário representa o desenvolvimento da crença na ciência, no progresso e desenvolvimento da sociedade burguesa moderna ocidental.     

        A ciência assume um papel do tecnológico, de superação do religioso como fonte da verdade. O positivismo como “física social”, inspirado nas leis da natureza, é filosofia que interpreta o universo social com a pretensão de buscar leis invariáveis que regem a sociedade. “Somente são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados” é uma frase que expressa que a verdade é somente adquirida pela observação do mundo natural feita pela análise dos olhos da ciência.     

        A ordem, o progresso e o projeto de uma sociedade constroem-se mutuamente com a centralidade da moral, com a absorção desses conceitos na norma. Ao contrário da moral católica, o positivismo prevê a primazia da sociedade sobre o indivíduo. O enviesamento sobre este projeto de sociedade, gera consequentemente a crise dos valores expressa na contemporaneidade, o caos das instituições e da ordem social.    

    Como observado, o positivismo representa a superação da exclusividade da estática presidida pelo predomínio teológico, assim como a dissolução do “revolucionarismo” insustentável que caracteriza a preponderância do progresso. O projeto de sociedade deve se sobrepor às diferenças do indivíduo e oprimir o que sai a ela, mantendo a ordem e conciliando a sua conservação e o seu melhoramento. A indiferença às diferenças, o desgosto pelo único buscando sempre o geral é em toda a sua forma completamente excludente, já que a sociedade contemporânea busca pelo bem estar, dando voz à luta pelo espaço das minorias historicamente ignoradas e apagadas.    

         Outro conceito que expressa a invisibilidade do diferente é o de felicidade. Associada ao bem público, que se sobrepõe ao pessoal e também ao religioso de vida eterna e salvação, em razão disso o sentido de felicidade terrena é adotado. Outro aspecto é o do trabalho, já que o saber positivo reforça o gosto pelo trabalho prático e a aceitação dos “lugares sociais” e seus papéis definidos.      

        Dessa forma, a reflexão sobre a frase da bandeira brasileira, “Ordem e progresso”, não foge à análise. Em pleno século XXI, será que ainda cabe essa afirmação? Qual o sentido de tal ordem, de tal progresso que buscamos? É a exclusão, a indiferença às reinvindicações, às dores de cidadãos que clamam por ajuda? Ou é o resultado, a busca pelo lucro, pelo maior, a custo de tantas outras vidas? Temos o dever de manter esse debate vivo, lutando pelo mundo qual acreditamos e queremos viver. Será que realmente alcançamos o estágio positivo de desenvolvimento científico?


Aluna :Helena Motta- 1 º ano Direito noturno

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