Parafraseando Karl Marx, a consciência de uma sociedade é determinada pela maneira com a qual ela produz seus bens materiais, sendo assim, a bem-sucedida revolução industrial transformou não só a forma de produção, mas, também, os paradigmas de uma sociedade. A objetividade e o senso de utilidade influência em todos os aspectos das concepções humanas, principalmente, no desenvolvimento de teorias socias que as legitimizam.
O positivismo, como afirmou Augusto Conte, é o '' real frente ao químero, o útil frente ao inútil, o certo frente ao incerto'', revelando-se uma doutrina a qual tinha preceitos em liame com o eschorchante otimismo no progresso do desenvolvimento técnico científico do século XIX até o início do século XX, quando a ocorrência dos dois grandes conflitos mundiais levaram as sociedades questionaram se, de fato, houve um progresso, pois a mesma razão que proporcionou os avanços ciêntíficos gerou milhares de mortes, e assim iniciou-se, também, o questionamento de todas as ideologias que a reconhecia. O positivismo, revelou-se, então, uma ideologia pejorativa que atende as classes dominantes que desejam se manter no poder, pois busca oprimir quaisquer mudanças sociais consideradas subversivas e em contraste com a ordem vigente.
Vale salientar, que a teoria dessa possuí como base estágios ''necessários'' ao desenvolvimento, e no estágio de maior evolução se encontram as sociedades técnicas científicas, as quais, na época da sua formulação, era palco das sociedades europeias, corroborando ainda mais com os preceitos da legitimação do imperialismo europeu com a justificação de levar o desenvolvimento para comunidades consideradas ''menos evoluídas'', pois toda forma de produzir conhecimento que não seguia o modelo metodológico ciêntifico era automaticamente descartado.
Portanto, mesmo após as infinidades de questionamentos e críticas sobre a teoria positivista, sua influência se concretiza até os dias atuais, presente no modo pelo qual enxergamos sociedades que não seguem os mesmos princípios que as ocidentais, preconceitos enraizados em grupos de minoria que almejam legitimizar-se e na própria necessidade da ideia de utilidade, algo que nos corroí dia após dia.
Ana Júlia Rodrigues Aguiar, 1° ano de direito noturno.
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