As experiências
de cunho socialista na América Latina são exemplos de certo fracasso de
tentativas de por em prática as doutrinas de Marx e Engels. A Venezuela, desde a
subida de Hugo Chávez ao poder e atualmente Nicolás Maduro, tem sua situação
social apenas piorada e um governo ditatorial regendo seu território.
Na América
Latina, os países que tentaram implantar um regime baseado em doutrinas marxistas
foram países com pouco desenvolvimento, repletos de problemas sociais e
pobreza. Não que no capitalismo também não haja pobreza, porém, esses países de
regime socialista tiveram grande fracasso na implantação do regime de esquerda,
pois não tinham uma “preparação” sociológica para assumir tamanha
responsabilidade que é implantar um regime igualitário e justo entre seu povo e
que produzisse riquezas suficientes para serem dividas igualitariamente e,
desta forma, melhorar as condições gerais da população.
O problema do
socialismo idealizado por Marx e Engels é justamente a idealização. Marx critica
Hegel pela perspectiva idealista deste. Para Hegel, a explicação do mundo não
está na ordem dos fatos, mas das ideias. A crítica de Marx é à ideologia, esse olhar
para as coisas no mundo das ideias, no abstrato, e não na sua concretude, em
como elas se materializam na vida concreta, cotidiana. Entretanto, se
analisarmos o socialismo de Marx no contexto atual, ele pode ser considerado
idealista, pois é um conceito de socialismo muito abstrato, que não se encaixa
na realidade atual do mundo globalizado. O socialismo de Cuba, por exemplo, se
manteve artificialmente durante décadas calcado na ajuda da então União
Soviética, que fornecia todo tipo de suprimentos a preços absolutamente abaixo
da realidade de mercado. Após o fim do socialismo soviético, a interrupção desse
fornecimento fez com que Cuba passasse a viver sob regime de penúria, o que
ocorre até a presente data, mostrando a falência do socialismo. Cuba falhou no
quesito produção de riquezas e competividade, que são dois pontos fracos do
socialismo, diferentemente do mundo capitalista.
Um dos fatores que impediu o sucesso da implantação de regimes socialistas em países da América Latina foi a deficiência da maturidade sociológica, ou seja, não tinham “cabeça”, “desenvolvimento
intelectual” para tal, uma vez que se tratavam de países cuja situação social
era precária e cujo líder eleito adotou medidas de cunho ditatorial. Para se obter esse sucesso seria necessária a presença de um líder
de boa índole, com ideais justos e maturidade sociológica, diferentemente do
líder venezuelano (Maduro), que praticou atos como a coação de eleitores nas
urnas, manipulação do poder judiciário, cerco à imprensa, governo por decreto,
perseguição política, enfim, uso indiscriminado de força bruta e truculência
para impor um regime socialista baseado na divisão unicamente dos lucros
provenientes da venda de petróleo. Atos como esses levam a um governo ditatorial
e, portanto, autoritário e que perde a legitimidade, embora, em alguns casos, o
atual ditador tenha sido originalmente eleito pelo povo. A realidade
venezuelana é diferente da cubana, em que o ditador reina absoluto há mais de
50 anos e sua sucessão se dá entre irmãos que não abrem mão do poder absoluto.
Anita Bueno Tavares - 1° Direito - diurno
Anita Bueno Tavares - 1° Direito - diurno
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