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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Experiências de esquerda na América Latina

As experiências de cunho socialista na América Latina são exemplos de certo fracasso de tentativas de por em prática as doutrinas de Marx e Engels. A Venezuela, desde a subida de Hugo Chávez ao poder e atualmente Nicolás Maduro, tem sua situação social apenas piorada e um governo ditatorial regendo seu território.
Na América Latina, os países que tentaram implantar um regime baseado em doutrinas marxistas foram países com pouco desenvolvimento, repletos de problemas sociais e pobreza. Não que no capitalismo também não haja pobreza, porém, esses países de regime socialista tiveram grande fracasso na implantação do regime de esquerda, pois não tinham uma “preparação” sociológica para assumir tamanha responsabilidade que é implantar um regime igualitário e justo entre seu povo e que produzisse riquezas suficientes para serem dividas igualitariamente e, desta forma, melhorar as condições gerais da população.
O problema do socialismo idealizado por Marx e Engels é justamente a idealização. Marx critica Hegel pela perspectiva idealista deste. Para Hegel, a explicação do mundo não está na ordem dos fatos, mas das ideias. A crítica de Marx é à ideologia, esse olhar para as coisas no mundo das ideias, no abstrato, e não na sua concretude, em como elas se materializam na vida concreta, cotidiana. Entretanto, se analisarmos o socialismo de Marx no contexto atual, ele pode ser considerado idealista, pois é um conceito de socialismo muito abstrato, que não se encaixa na realidade atual do mundo globalizado. O socialismo de Cuba, por exemplo, se manteve artificialmente durante décadas calcado na ajuda da então União Soviética, que fornecia todo tipo de suprimentos a preços absolutamente abaixo da realidade de mercado. Após o fim do socialismo soviético, a interrupção desse fornecimento fez com que Cuba passasse a viver sob regime de penúria, o que ocorre até a presente data, mostrando a falência do socialismo. Cuba falhou no quesito produção de riquezas e competividade, que são dois pontos fracos do socialismo, diferentemente do mundo capitalista.
Um dos fatores que impediu o sucesso da implantação de regimes socialistas em países da América Latina foi a deficiência da maturidade sociológica, ou seja, não tinham “cabeça”, “desenvolvimento intelectual” para tal, uma vez que se tratavam de países cuja situação social era precária e cujo líder eleito adotou medidas de cunho ditatorial. Para se obter esse sucesso seria necessária a presença de um líder de boa índole, com ideais justos e maturidade sociológica, diferentemente do líder venezuelano (Maduro), que praticou atos como a coação de eleitores nas urnas, manipulação do poder judiciário, cerco à imprensa, governo por decreto, perseguição política, enfim, uso indiscriminado de força bruta e truculência para impor um regime socialista baseado na divisão unicamente dos lucros provenientes da venda de petróleo. Atos como esses levam a um governo ditatorial e, portanto, autoritário e que perde a legitimidade, embora, em alguns casos, o atual ditador tenha sido originalmente eleito pelo povo. A realidade venezuelana é diferente da cubana, em que o ditador reina absoluto há mais de 50 anos e sua sucessão se dá entre irmãos que não abrem mão do poder absoluto. 

Anita Bueno Tavares - 1° Direito - diurno

Um comentário:

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