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quinta-feira, 17 de março de 2016

                                  Eternas ilusões



 A busca incessante pelo saber é uma constante na humanidade, feita por alguns objetivando poder, evolução,  conhecimento, preenchimento do ego ou do orgulho ou, quiçá, para o progresso da humanidade.Porém, essa procura pela verdade é carregada de subjetividade com a possibilidade de, no final, ser apenas outra ilusão.
  Segundo Bacon, filósofo inglês do século XVII, em sua obra Novum Organum, o órgão humano, o instrumento pensante, é uma ferramenta falha ao se compreender a realidade quando se está carregada de ídolos, ilusões. E um acessório desperdiçado quando preenchido de dogmas o qual não utilizará, racionalmente, o uso da lógica para investigar a realidade circundante.
  Dois, desses quatro ídolos, que comprometem a ciência, segundo Bacon, são: ídolos da tribo, compreende a sociedade, a cultura, na qual os indivíduos nascem e se desenvolvem, pois ela vem carregada de axiologia e dogmas que, muitas vezes, são aceitos sem uma análise e os acomodam nesse micro mundo. Consequentemente, há um atraso no progresso científico. Os ídolos da caverna são os véus particulares que impedem a visão da realidade de cada ser, podendo ser a educação recebida ou a admiração por uma doutrina ou filósofo.
  Nota-se, portanto, um atraso na forma de utilizar a lógica, ainda nos dias de hoje, como forma de investigação e percepção da realidade juntamente com sua compreensão. Os ídolos cerceiam a vida de cada um e se alimentar deles, através das mídias e da internet, é algo muito fácil; as ideias prontas, as informações jogadas, o raciocínio entregue já lapidado transformam o órgão humano em ferrugem e lhe dá uma falsa posição de sabedoria. 
  Apesar desse contexto influenciar a busca do conhecimento e sua aplicação, a fuga para tentar encontrar a verdade sem influências de ídolos torna-se impossível se o homem não conter em seu consciente que, nas palavras de Bacon, "o homem se inclina a ter  como verdade aquilo o que prefere."


Lorena Maria de Lima Melo, aluna do primeiro ano de direito noturno.

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