A
ciência moderna surgiu com o propósito de construir um conhecimento imparcial, baseado
na razão (pensamento) e na experimentação além de ser livre de concepções
sobrenaturais, filosóficas ,sentimentais e passionais.
O primeiro filósofo a discutir a ciência
moderna foi o francês René Descartes .Em seu Discurso do Método ,Descartes defende que a razão é o caminho que
deve ser seguido para se chegar à verdade uma vez que esta supera os sentidos -que
por vezes nos enganam- na busca pelo conhecimento. Para o filósofo francês o
conhecimento é pretexto para mais conhecimento,formando um ciclo que nunca tem
fim.Além disso afirma que a construção de conhecimento deve ser objetiva e ter
uma finalidade útil ao homem.
Tal
método de se chegar a verdade foi efetivamente divulgado e adotado entre os
séculos XVI e XVII , num contexto histórico de ascensão da burguesia e fez com
que a sociedade transformasse vários aspectos do convívio humano. As relações
de trabalho são um ótimo exemplo para explicar essas mudanças. Observa-se que
as revoluções industriais racionalizaram e automatizaram a produção,tornando a
relação patrão-empregado robótica , uma vez que ambos passaram a não ter um
envolvimento efetivo entre si ,diferentemente da realidade da relação mestre-aprendiz,
na qual o primeiro ensinava o ofício e se relacionava pessoalmente com o
segundo,estabelecendo um contato humano direto com trocas de experiências e
conhecimento pessoal
Essa
racionalização ganha cada vez mais espaço ao passar das gerações. Hoje na intitulada
pós-modernidade vê-se claramente como esse meio de construção do conhecimento
afeta as relações sociais. Isso porque tal conhecimento altamente racional se reflete
nas relações atuais(como casamento e família)tornando-as líquidas, ou seja, mais
do que frágeis,como bem observa Zygmunt Bauman em suas reflexões.
Infere-se,pois,que o enaltecimento do uso da razão proposto por
Descartes danifica a natureza do homem já que o desumaniza porque faz este
perder sua essência sentimental e
emocional se transformando em um ser robótico,frio,calculista que toma todas
suas decisões racionalmente,que perde suas paixões e se torna um alienado da
razão excessiva.
Bruna Krieck Farche
1º ano Direito, Diurno
Introdução à sociologia, aula 2
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