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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Do socialismo utópico ao socialismo científico


O socialismo moderno é fruto dos antagonismos de classe e da anarquia que reina na produção, a manifestação da teoria socialista, porém, no seu estado primitivo, era utópica, propunha não só abolir os privilégios, mas também destruir as diferenças de classe. Esta primeira forma de socialismo não teve como representante o proletariado, que ainda era incapaz de desenvolver uma ação política própria, dessa forma os três grandes utopistas foram: Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen, que não eram representantes dos interesses do proletariado.
Em sua obra Engels traz um elogio ao iluminismo e aos revolucionários franceses, que contribuíram para uma ruptura com o passado, propondo o império da razão, que em sua teoria promovia o fim da injustiça, do privilégio e da opressão. Sua crítica, porém, se deve ao fato de que a razão iluminista se converteu em racionalidade burguesa, que manteve os antagonismos entre exploradores e explorados e instalou uma república democrática burguesa.
Engels ao explicar o método metafísico, caracterizado pela fixidez, investigação isolada e pelas antíteses, faz uma crítica a esse método que ao fragmentar o objeto para obter maior clareza acaba perdendo a visão do todo. Segundo ele, é o método dialético que traz a concepção exata do universo, do seu desenvolvimento e do desenvolvimento da humanidade, a história natural está em transformação permanente, sendo assim é necessário observar os fenômenos em suas conexões, concatenações, dinâmica, em seus processos de nascimento e caducidade. A dialética que se desenvolveu na Alemanha, com Hegel, porém, foi marcada por uma contradição, pois mesmo libertando a concepção histórica da metafísica, sua interpretação histórica era extremamente idealista. A consciência dessa inversão acabou levando ao materialismo, que tem a missão de desvendar as leis do desenvolvimento histórico, a resposta dos acontecimentos de qualquer época está na própria história.
Uma revisão de toda a história leva à conclusão que as lutas de classes são a explicação da realidade histórica, sendo assim, o socialismo é um produto das lutas de classe entre o proletariado e a burguesia, e não obra do gênio humano. Esse “novo socialismo” tem o objetivo de investigar o processo histórico e econômico no qual surgiram essas classes e o conflito, descobrindo meios para a sua solução. Essa investigação levou a descoberta da mais-valia, principal mecanismo de exploração da classe trabalhadora.
A produção é a base da ordem social, sendo assim, as causas das transformações de cada época devem ser buscadas no seu modo de produção e troca. O capitalismo produz de um lado acumulação de riquezas e de outro miséria, o socialismo surge como a superação do modo de produção capitalista, através da apropriação do Estado burguês pelo proletariado, desse modo os meios de produção se tornam meios de vida e proveito de todos os homens e não só restrito a uma classe. Com o fim dos antagonismos de classe o Estado se torna supérfluo. Neste contexto, é o socialismo que tem o papel de pesquisar as condições históricas para a ação do proletariado.

Leonor Pereira Rabelo- Direito Noturno 

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