TEMA: Direito
e a Produção Não Capitalista
Grupo: Celso
Moreira Peverari
Maria
Helena Galhani
Roberto dos Santos
Vitor
Augusto Michelin
O homem é um
ser da natureza. Na natureza, os seres
da mesma espécie se complementam e vivem reciprocamente numa relação harmônica
que os proporciona não só maior qualidade de vida como o básico existencial: a
sobrevivência. E para isso, os animais com hábitos parecidos não tem e nem
podem se enxergar como concorrentes; devem se relacionar de modo que ambos
sobrevivam sem que haja sobreposição de um sobre o outro. Assim, os seres
pequenos vivem agrupados numa organização tal que formam sistemas complexos
como os da formiga, dos cupins, ou abelhas. As formigas por exemplo, apesar da
vida curta, estão “sobrevivendo” na Terra desde antes do período Cretáceo,
representando 20% da biomassa animal do nosso planeta. E será que elas teriam tido esse êxito se vivessem separadamente; se
vivessem como concorrentes ?
O homem, como
ser da natureza, não se mostra diferente. O cooperativismo é uma forma de
produção não capitalista que, diferentemente das multinacionais por exemplo,
não visa o crescimento individual de alguns sócios através da degradação das
condições de vida e de trabalho do outro. Visa o crescimento de todos os sócios
igualmente, através de um trabalho de colaboração de pessoas com os mesmos
interesses, para que todos tenham benefícios e cresçam de maneira igualitária.
Aqui, a administração é feita democraticamente, e a produção percorre caminhos
que beneficiam a comunidade e promovem o desenvolvimento mais próximo o
possível do sustentável; a neutralidade política e religiosa é tida como
princípio. Duas cooperativas não se enxergam como concorrentes; ao invés disso,
trabalham juntas para promover melhoras nas estruturas locais e nacionais.
Procuram portanto, uma mudança na maneira atual de se produzir.
Sendo assim,
o sistema de cooperativismo representa a união de pessoas prejudicadas de
alguma maneira e que por isso mesmo não possuem a mesma condição de produzir
que possui um grande capitalista. Dessa forma, os semelhantes se complementam e vivem reciprocamente numa relação
harmônica que os proporciona não só maior qualidade de vida como o básico
existencial: a sobrevivência. Continuam no mercado pintados no mesmo quadro
em que o capitalismo é tido como protagonista.
E nesse
sentido, a reportagem que relacionamos é do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST). Ao contrário do que alguns acreditam, o MST não visa a simples
ocupação de terras. Visa implantação de uma maneira diferente de se produzir,
uma maneira cooperativista. A COANOL (Cooperativa
Agrícola Novo Horizonte) é uma cooperativa do MST localizada no RS. Fornece mais de 300 mil
litros de leite todo mês para uma marca patrocinadora do palmeiras. Essa
cooperativa é do tamanho de uma cidade: possui supermercados, escolas, postos
de saúde, etc. Através de outros trabalhos, como produção de erva mate, milho,
soja, feijão e criação de suínos garante o sustento de mais de 300 famílias. E será que essas famílias teriam tido o
mesmo êxito se vivessem separadamente; se vivessem como concorrentes ?
Além dessa cooperativa, a Cooperativa
Regional Oeste Catarinense produz mais de 100 mil litros de leite por dia.
Detalhe: com um padrão de qualidade compatível com os melhores leites do mundo.
E exemplos dessas cooperativas são extensos. A produção não é feita para que
determinado segmento tenha mais lucro que outro; ou que pessoas que ocupam
determinados cargos cresçam mais que outras. Não há o “ big boss “. Todos são
donos e participam das decisões de maneira democrática.
Assim, a Confederação das Cooperativas de
Reforma Agrária do Brasil (Concrab) aglutina as cooperativas e associações dos
agricultores assentados pela reforma agrária. Seu presidente, ao contrário do
que se imagina, ganha o equivalente a 1600 reais, longe do salário astronômico
de um presidente qualquer de uma empresa capitalista. A maneira de se produzir
é muito mais justa e muito mais adequada àqueles que estão de alguma maneira em
defasagem no sistema. Conseguem juntos, com o esforço coletivo, alcançar
patamares tão grandes quanto o de empresas multinacionais, movimentando milhões
de reais a cada mês.
Link da
reportagem: http://www.terra.com.br/istoegente/45/reportagens/rep_francisco.htm
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