“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
O artigo 3° da
Constituição Federal de 1988 rege os objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil. Sabendo que a Constituição é a lei maior, base para todas
as outras e que todos estamos a ela submetidos, como explicar o fato de há 24
anos esse texto estar em vigor e nada haver mudado?
Pode-se perceber que o
Estado de Direito, ou seja, no qual a lei está acima da vontade de qualquer
indivíduo, tem sido substituído por uma ditadura neoliberal, onde aqueles que
possuem o poder financeiro têm a prerrogativa de controlar toda a sociedade.
Para garantir a
manutenção desse poder, criaram-se sociedades politicamente democráticas, porém
socialmente fascistas – fenômeno conhecido como “fascismo social”. Assim,
encontraram-se várias formas de legitimar esse fascismo, como a crescente
marginalização dos que provavelmente causariam problemas ao poder – o fascismo
do apartheid social - , através de
favelas e construção de CDHU’s. Dessa forma, ao serem isolados da sociedade,
automaticamente são isolados da pretensa democracia e de qualquer forma de
garantia que o Estado poderia lhes fornecer. Somando-se a isso, encontramos o
discurso völkisch midiático, que a
todo momento incute nos telespectadores que esses marginalizados representam
uma ameaça ao bom funcionamento da engrenagem social, levando ao surgimento de
um outro tipo de fascismo: o fascismo da insegurança.
Este último faz com as
pessoas vivam com o medo, não somente da violência, mas também de não possuir
garantia de trabalho, saúde, educação. Ironicamente, em vez de reivindicarem os
direitos garantidos pela Constituição, esse discurso faz com que se pense que a
solução para a insegurança se encontra na iniciativa privada, aumentando ainda
mais o poder econômico da classe dominante.
Além disso, essa situação
faz com que as pessoas aceitem quaisquer condições que os detentores do poder
lhe impõe, através de contratos onerosos e despóticos, como nos de trabalho,
reificando ainda mais o ser-humano.
Até quando vamos ver essa
situação acontecer, o dinheiro falar mais alto do que a dignidade humana, e continuar
inertes a ela? Devemos lutar pela real democracia e pela efetivação do artigo
3° da Constituição Federal através de movimentos sociais, sem nos intimidar com essa opressão. Quem cala, consente e não devemos consentir essa tentativa
de silenciar os direitos humanos.
"Quando os ditadores
querem torturar, matar “subversivos”, legitimam práticas criminosas, alegando
uma animalidade aos rebeldes. Não são homens, são alienados, fanáticos,
animais, desalmados. Ao negar o estatuto humano aos revoltados e ao defini-los
de direito como simples animais, a caça aos selvagens é declarada! Abate-se um
animal, reaviva-se o amor à caça de que o Brasil é guloso – caça ao índio, ao
negro, ao comunista, ao gay. Caça ao louco. Ao pobre."
Grupo:
Beatriz Mariani
Icaro R. Curti
Ivan Nasser
Maíra D. Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário