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sábado, 13 de outubro de 2012

A liberdade contratual e a consciência coletiva


                  A racionalização econômica proposta por Weber possibilita que os indivíduos guiem-se sem serem restringidos pela vida política, o que não era possível antigamente, quando determinações de classe, religião, etnia e economia diminuíam os possíveis horizontes de realização de negócios. Atualmente, o empreendedorismo tem lastro meramente econômico, basta ter dinheiro para a implantação da liberdade de contrato.
                 E é exatamente neste ponto que o Direito comunica-se de forma intensa com a economia: pelos contratos. Com sua implementação, é garantida a perduração no tempo do poder de disposição de algo, ou seja, o direito subjetivo é determinado atemporalmente.
                 Ocorre então, a retirada de obstáculos não passíveis de cálculo, impossibilitando ao mínimo, teoricamente, que as paixões interfiram nas relações sociais. Mas não é isso o que acontece. A consciência coletiva ainda se mostra presente, o que pode ser visto abaixo na reação popular á um contrato feito por uma brasileira no qual leiloa sua virgindade.

" Brasileira leiloa a virgindade: isso é 'prostituição', 'imoralidade', 'é triste', diz líder cristão da família

       Uma brasileira decidiu trocar a sua primeira experiência sexual com um grande amor por leiloar a sua virgindade a alguém desconhecido, através de um documentário. A ação vem causando grande polêmica internacional.
Catarina, 20 anos, decidiu trancar sua faculdade de educação física para participar de um projeto de documentário "Virgins Wanted" do diretor australiano Justin Sisely, que veio recrutando virgens por mais de um ano. A oferta dos lances chegou a 35 mil dólares australianos (aproximadamente R$ 74,5 mil).
“Vejo isso como um negócio. Tenho a oportunidade de viajar, fazer parte de um filme e conseguir uma gratificação com isso”, disse Catarina, que receberá 20 mil dólares australianos (aproximadamente R$ 42,6 mil) e mais 90% do valor ofertado.
Siseley, com seu documentário, está, entretanto, sofrendo críticas e ameaças de morte na Austrália, além de problemas com as leis relacionadas à prostituição.
“Isso é prostituição? Estou explorando as pessoas?” disse ele. “No filme, eu estou tentando mostrar um lado diferente do que normalmente constitui a prostituição. (...) Eu quero mostrar diferentes valores da virgindade.”
O pastor Jaime Kemp, doutor em ministério da família que orienta a juventude brasileira, disse ao The Christian Post que se entristeceu com a notícia e chamou isso de “abuso”.

“É usar e abusar de uma menina”. “Estamos usando e abusando de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. É triste!” disse ele ao CP.
Segundo Kemp, o projeto é uma promoção para ganhar dinheiro em cima de uma questão imoral.
“As mentes estão deturpadas. Com certeza isso vai vender. As pessoas tem curiosidade. Isso se trata de dinheiro”.
Catarina justifica sua decisão levantando outra questão da sociedade em que muitas pessoas perdem a virgindade de uma maneira “barata”.
“Muita gente encontra desconhecidos nos bares, transa na mesma noite e nem lembra mais no outro dia; outros perdem a virgindade com namorados e depois as coisas mudam. Para mim, o mais importante na vida é não prejudicar ninguém", declarou ela, que também recebe apoio de sua mãe.
Jaime Kemp responde dizendo que isso não justifica, pois “a virgindade é uma preciosidade”.
“Nada justifica uma imoralidade. Ela vai ter muita dificuldade no seu casamento no futuro, seu marido vai saber disso. Nada justifica está contra a palavra de Deus”.
“A mãe está entregando a filha para a prostituição. Ela vai ser marcada com a vida. Todos vão saber disso que ela ganhou dinheiro. A virgindade não tem preço”.
Jaime, que afirma que a igreja evangélica está atrasada neste tema, diz que ora a Deus pelos jovens brasileiros para que eles possam chegar às noites de núpcias virgens. Ele diz que procura ensiná-los usando o texto bíblico de Cantares 4, onde se fala sobre “a preciosidade da vida sexual entre o casal”.
Jaime cita números de uma pesquisa recente sobre a juventude brasileira, onde 52% dos jovens criados na igreja evangélica que tem tido alguma herança cristã, têm tido pelo menos uma relação sexual ou estão ativos sexualmente, pré-nupcialmente.
Segundo ele, essa é uma das razões pelas quais 40% dos casamentos são desfeitos no Brasil, entre os incrédulos e também os que foram criados na igreja evangélica.
Jaime diz que a igreja evangélica está acordando agora com relação a abordagem do assunto pelos líderes e pastores, em que no passado eles não falavam sobre sexo.
“Hoje há uma liberdade, honestidade em abrir esses assuntos para discutir abertamente com os jovens sobre o sexo.”
Foi por esta falta de abordagem nas igrejas que Jaime Kemp escreveu um livro sobre 20 consequências do sexo pré-nupcial.
Kemp estará neste fim de semana orientando os casais brasileiros em Santa Catarina e logo depois fará palestras para a juventude para falar sobre tais temas sobre a sexualidade."








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