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sexta-feira, 11 de maio de 2012

semelhança entre uma criança e uma célula tronco

   Émile Durkheim traz em sua obra " regras do método sociológico " o pilar da sociologia moderna, que até então não era vista sob um ângulo que afasta o objeto estudado do ser pesquisador. A partir dessa obra, a ideia de encarar os fatos sociais como " coisas " começa a se concretizar, trazendo a vantagem de afastar o sociólogo do seu objeto de estudo, no caso, ele próprio, ser humano, e suas sociedades. Trata-se de uma "exatização" da sociologia, que passa ser parte integrante do campo científico.
   Quando um ser humano nasce, encontra-se num estado em que não há preconceitos nem ideias concretizadas a respeito de qualquer coisa. Na obra de Durkheim podemos perceber a influência que a sociedade exerce sobre este indivíduo recém nascido. É a sociedade que de certa forma inclui neste indivíduo valores e regras às quais jamais poderíamos imaginar que existem se não houvesse essa influência. E diferentes sociedades exercem, sem dúvida, diferentes formas de pressão sobre um ser humano.
   Quando uma criança nasce, tem potencial gigantesco para desenvolver as mais diferentes e inacreditáveis habilidades. Trata-se de uma semente que germinará e dela brotarão frutos que já estavam escolhidos. Neste sentido a criança se assemelha muito a uma célula tronco, que pode se transformar em diferentes tecidos do nosso organismo. Seguindo essa linha de raciocínio, chegamos à conclusão de que a cultura arraigada presente nas sociedades é " culpa " dela própria. Um indivíduo que cresce na América do Norte tem ideias e valores característicos de uma super potência mundial ocidental. Diferente deste, é aquele indivíduo que, em plena Bagdá encontra a necessidade de amarrar bombas ao redor do corpo e provocar uma explosão que mata não só norte americanos, mas ele próprio. Esses dois indivíduos teriam os mesmo valores se, ao invés de serem criados por pessoas integradas no meio social, tivessem sido criados por animais integrados no meio da selva ? A resposta com certeza não poderia ser mais óbvia, e aí encontramos uma raiz fundamental da árvore sociológica, parte integrante da obra de Durkheim.

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