A consciência coletiva da qual Durkheim fala não é um conceito inovador. Podemos encontrar um exemplo de tal fenômeno em todas as partes do globo, entre formigas ou abelhas, em diversos níveis. Por isso, não seria estranho imaginar a presença de tal fenômeno em nossa sociedade.
Nossa sociedade é regida por uma série de ditames, de regras e normas que ultrpassam o âmbito individual para se tornarem um fato aceito pelos diversos membros constituintes de uma comunidade, ou de várias comunidades diferentes, como vem sendo o caso cada vez mais evidente em nossa realidade. Esse progresso em direção à criação de verdades universais, que de fato sejam acatadas e seguidas por todas as comunidades humanas do globo, abre espaço para várias estipulações acerca do futuro da humanidade.
Será possível mesmo que o ser humano perca definitivamente sua individualidade em prol de uma maior homogeneidade com relação a seu próximo? Fato é que somos condicionados desde que chegamos ao mundo a pensar de uma forma que se encaixe nos moldes criados pelo coletivo. Somos instruídos a seguir determinados cursos que são concebidos pela maioria como corretos, ou desejáveis. Somos ensinados a viver em sociedade, a nos comportarmos de modos específicos diante de diferentes situações, de pensar de forma semelhante a nossos colegas de classe. Estabelecemos conceitos prévios acerca do que nos cerca e nos atemos a eles como forma de garantirmos nossa segurança e nossa imagem social.
Nos tornamos massa de manobra para os poucos que se deem conta de tais fatos e ascendam ao poder. Através de meios de comunicação e propagação de informações, absorvemos informações cuidadosamente elaboradas, aceitamo-las como verdades, e agimos de acordo com elas, e de acordo com a valsa orquestrada pelos poucos que detém o poder.
No caso apresentado, vemos o que se dá quando uns poucos forjam verdades e normas, e se valem dessas para manter seu poder. Contudo, o que seria da humanidade, se essa consciência coletiva que se torna cada vez mais predominante em nossa sociedade se tornasse absoluta? Não seria essa a chave para o progresso definitivo de nossa raça? Se todo individualismo fosse abandonado, se todo homem passasse a trabalhar para o bem da comunidade, não superaríamos, consequentemente, diversos dos problemas que nos afligem?
Sim, seria uma realidade infeliz, a morte do individualismo, da propriedade tanto física quanto mental, mas é impossível ignorar os benefícios que tal realidade poderia trazer. Tal configuração da sociedade se daria través de um sacrifício imensurável, que de forma alguma poderia vir a ocorrer se levarmos em conta a natureza do ser humano e a diversidade presente entre os homens. Contudo, as proposições de Durkhiem me levaram a esses pensamentos, a imaginar o que poderia ser da raça humana se agíssemos de forma mais coesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário