De acordo com Durkheim, a sociedade segue uma lógica de
coerção interna do Estado. Esta serviria como uma forma de manter a estrutura
social harmoniosa. Com isso, sabemos que o indivíduo dessa sociedade deveria
abrir mão de parte de sua liberdade individual para seguir os hábitos de uma
coletividade, desempenhando, desse modo, o seu papel dentro da mesma.
Diante disso, percebemos o quão perturbado torna-se o
indivíduo que tenta se guiar pelas suas vontades individuais e,
consequentemente, aos poucos, passa a deixar de pertencer a um determinado
grupo. Por exemplo, se pensarmos nos casos de adolescentes que, por motivos nem
sempre claros, tomaram a decisão de realizar um assassinato em massa, como
aconteceu em Realengo, podemos dizer que tal fato é, na verdade, uma ação coletiva,
pois foi fruto de uma não adaptação do indivíduo em um meio social. Nesse caso,
após o massacre, o rapaz comete, ainda, suicídio – que podemos entender como
uma maneira de fugir da sua realidade, na qual não se sentia inserido na sociedade.
O padrão de vida da família de classe média no Brasil é
muito claro: você deve estudar, conseguir o ingresso em uma boa universidade,
preferencialmente pública, conseguir um bom emprego, casar-se e constituir família. Caso você não
siga uma das etapas, passa a ser cada vez mais cobrado pela família e pela
sociedade, como acontece com os jovens que não querem estudar ou que não
conseguem passar no vestibular ou com os adultos que atingem uma determinada
idade sem se casar.
É necessário, então, que haja um equilíbrio entre os hábitos
individuais e os hábitos da coletividade, pois, ao mesmo tempo em que devemos
seguir determinados padrões sociais para que haja uma harmonia na sociedade, é
essencial mantermos a nossa individualidade e garantirmos o respeito pelos
outros membros da sociedade.
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