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segunda-feira, 21 de maio de 2012

A censura humana: somos quem queremos ser?




Durkheim, na continuação de sua obra, fala sobre a ideia de consciência coletiva. Isso quer dizer simplesmente que a vontade do indivíduo é colocada como inferior, em prol de uma unidade, de um comportamento padrão que todos estamos sendo ensinados – ou estaríamos sendo, inconscientemente, obrigados? – a seguir.
Trazendo tal pensamento acerca da consciência coletiva à nossa realidade, é inevitável nos lembrarmos dos meios de comunicação em massa e, em especial, das redes sociais. Afinal, o que são os meios de comunicação em massa (e suas “recentes” adaptações para obter uma aproximação do público – sim, estou me referindo aos realities shows e participações populares nos programas televisivos) senão um método de padronizar o comportamento e até o pensamento – que brilhante senso crítico nós possuímos! - das pessoas? O que seria a crítica à “orkutização” do Facebook senão a reprova a determinados atos nessa “nova sociedade”?
Ao lado do pensamento inicial, nota-se ainda que, como é o indivíduo que se habitua, se molda de acordo com a sociedade, a consciência coletiva não é, necessariamente, o conjunto das consciências individuais. Assim, por exemplo, por mais que a consciência coletiva já tenha se transformado e esteja caminhando para a aceitação total da relação e até da união estável entre homossexuais, essa ainda não é uma voz uníssona em toda a sociedade, que ainda tem alguns preconceitos, influenciados pela educação mais tradicional recebida anteriormente.
O fato é que somos todos peças, engrenagens, órgãos, partes integrantes de um todo. Devemos “funcionar”, pensando na coletividade, para que não prejudiquemos o restante do sistema. É nesse ponto que a solidariedade, que, para Durkheim, é o próprio altruísmo, aparece como inibição ao individualismo. Individualismo, esse, que “danificaria” o sistema padrão, e que está extremamente presente na sociedade capitalista – e selvagem - em que vivemos.
            Assim, diante do contato com a obra de Durkheim, e com essas ideias impactantes de que não somos totalmente conscientes e responsáveis por nossos atos ou ainda que somos instruídos a seguir um modelo vigente e que, para isso, abdicamos de nossas próprias vontades, é que fica a grande curiosidade: como agiríamos sem toda essa coerção? Como agiríamos se seguíssemos a nossa vontade individual? Como agiríamos se ninguém pudesse nos ver?






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