No capítulo “Regras relativas à observação dos fatos sociais”,
Durkheim enfatiza sua ideia de que a reflexão é anterior à ciência, porém
critica o homem que, seguindo à risca tal preceito, passa a ver o mundo a
partir daquilo que usa para compreender as coisas, e não vê o que elas
realmente são em si, defendendo que os conceitos não podem substituir a essência
das coisas. Para Durkheim, esse comportamento não é só intrínseco ao
comportamento humano como também tomou conta do desenvolvimento da ciência natural.
Para ele, primeiramente é necessário ir até a coisa e,
então, a partir daí, deduzir os conceitos. Para exemplificar, Durkheim afirma
que, muitas vezes, aquilo que é tido como ciência não passa de pura arte, pois
o cientista não se fixa naquilo que a coisa realmente é, mas sim nos conceitos
passados a ele, numa ideia abstrata. Dessa forma, alguns conceitos como o de
moral ou de leis econômicas não podem ser chamadas de naturais, mas sim devem
ser tratadas como ‘conselhos de sabedoria prática’. Procedendo desta maneira, o
cientista poderá chegar finalmente à verdadeira identidade dos fatos,
objetivando-os. “O caráter convencional de uma prática ou de uma instituição não deve
jamais ser pressuposto.”
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