Qual é o impacto produzido pela religião na humanidade? Inevitavelmente, a crença em alguma ideologia capaz de explicar os fenômenos, estratificações de classes e proporcionar estabilidade quanto ao futuro metafísico é primordial para o convívio e adaptação social.
O Cristianismo, por muito tempo, foi alicerce para a segurança e confiança de inúmeros fiéis. Entretanto, o tradicionalismo e a aversão ao enriquecimento desnecessário, fizeram com que a doutrina cristã se tornasse inepta ao desenvolvimento econômico e científico exigidos pela idade moderna. O medo do desconhecido, estimulado pelos líderes cristãos, impedia o progresso e qualquer prática divergente ao cristianismo era apenas tolerada, mas não garantia a salvação divina.
Sob esse prisma, uma nova ética religiosa tornou-se necessária, conforme observou Max Weber na obra – “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, para a dinamização do investimento e do trabalho: o protestantismo.
A racionalização da fé provou ser um caminho útil rumo ao capitalismo (o homem deve produzir dinheiro e, do seu dinheiro, produzir mais dinheiro). O capitalismo, agora com o apoio religioso, salientava que acumular capital é sinônimo de virtude e eficiência, e que o trabalho dignifica o homem.
A ética e o trabalho árduo possibilitam a confiança nos contratos, como ensina Benjamin Franklin. Essa ideologia, assim como a da boa-fé, foi consagrada como um dos princípios do direito.
Isto posto, a racionalização e o capitalismo, acarretaram uma nova ordem política - a de consumo, que apesar do desenvolvimento social e político, torna-se um dos fatores da desigualdade e segregação social.
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