Em "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" de Max Weber, propõe-se a relação entre essa nova vertente religiosa e a nova proposta de sistema econômico.
Com o fim da Idade Média, a moeda passou a ter sua circulação aumentada gradativamente no ocidente. A diferença consiste no modo de ver o dinheiro. Com o passar do tempo, o dinheiro, para muitos investidores, passou a ter um único fim: produzir mais riquezas. Entende-se que para o autor, assim a união citada acima foi essencial.
Antes, com o domínio do pensamento católico, os burgueses eram acusados de cometer a usura [por exemplo, ao cobrarem juros em empréstimos estariam valorando o tempo, apesar de este não pertencer a ninguém. Aqueles que emprestaram o dinheiro, contudo, argumentavam que cobrariam apenas o que poderiam ter obtido caso houvessem investido o valor emprestado]. A chamada "ética protestante" teria sua importância ao não condenar o pensamento de acúmulo, pelo contrário, este é considerado uma virtude. Trabalhar é o meio da salvação e gastar o mínimo possível para juntar cada vez mais seria uma meta.
Esse ganhar mais e mais presente por onde se fosse vai, aos poucos, parecendo não só natural como essencial, ao que o autor diz na página 21: "É uma obrigação [dever do indivíduo em relação à carreria] que se supõe que o indivíduo sinta em relação ao conteúdo de sua atividade profissional (...)". A economia moderna capitalista mostrar-se-ia " como uma ordem de coisas inalterável, na qual ele [o indivíduo] tem de viver" e, aquele que se opusesse seria "eliminado do cenário econômico".
Ao dizer que "o capitalismo atual, que veio para dominar a vida econômica, educa e seleciona os sujeitos de quem precisa, mediante o processo de sobrevivência econômica do mais apto", não pude deixar de pensar em darwinismo econômico. Seriam os protestantes os mais aptos nessa história?
Começaria a pensar na supervalorização da religião em questão para a sobrevivência do capitalismo. Ao falar do tradicionalismo com o exemplo de aumentar o preço pago por tarefa realizada, na página 24, podemos ter inicialmente uma visão negativa: "o homem não deseja 'naturalmente' ganhar mais e mais dinheiro, mas viver simplesmente como foi acostumado a viver e ganhar o necessário para isso". Poderíamos pensar em qualidade de vida - se já temos o necessário para sobreviver, para quê continuar trabalhando em demasia e deixar de curtir o lazer, a família? Seria uma "teimosíssima resistência desse traço orientador do trabalho pré-capitalista. E ainda hoje encontra, e por mais atrasadas que sejam as forças de trabalho (do ponto de vista do capitalista) com que tenha de lidar".
Conversar com adeptos de diferentes religiões me fez questionar a crítica pura ao catolicismo, em especial esse medieval, elogiando apenas o protestantismo com a importância ao trabalho. Entretanto, o possível extremismo entendido pode ser positivo justamente por atrair a atenção e buscar reflexão. Porém, não podemos generalizar e entender que católicos não querem enriquecer e que todos os protestantes são os defensores do capitalismo, contribuem para o avanço deste, mas evitam gastos tanto quanto possível.
Ainda seguindo o que pensava, a aversão à obtenção do lucro fora resolvida, o que interessava ao ideal burguês, e por isso o protestantismo merece destaque na superação do pensamento condenatório, permitindo com que chegássemos ao capitalismo atual independente da religão - ou perguntamos qual igreja o dono da loja frequenta ao comprar?
imagem extraída de: http://www.hermesfernandes.com/2009_02_01_archive.html; acesso: 14/08/2011 às 23h20
Com o fim da Idade Média, a moeda passou a ter sua circulação aumentada gradativamente no ocidente. A diferença consiste no modo de ver o dinheiro. Com o passar do tempo, o dinheiro, para muitos investidores, passou a ter um único fim: produzir mais riquezas. Entende-se que para o autor, assim a união citada acima foi essencial.
Antes, com o domínio do pensamento católico, os burgueses eram acusados de cometer a usura [por exemplo, ao cobrarem juros em empréstimos estariam valorando o tempo, apesar de este não pertencer a ninguém. Aqueles que emprestaram o dinheiro, contudo, argumentavam que cobrariam apenas o que poderiam ter obtido caso houvessem investido o valor emprestado]. A chamada "ética protestante" teria sua importância ao não condenar o pensamento de acúmulo, pelo contrário, este é considerado uma virtude. Trabalhar é o meio da salvação e gastar o mínimo possível para juntar cada vez mais seria uma meta.
Esse ganhar mais e mais presente por onde se fosse vai, aos poucos, parecendo não só natural como essencial, ao que o autor diz na página 21: "É uma obrigação [dever do indivíduo em relação à carreria] que se supõe que o indivíduo sinta em relação ao conteúdo de sua atividade profissional (...)". A economia moderna capitalista mostrar-se-ia " como uma ordem de coisas inalterável, na qual ele [o indivíduo] tem de viver" e, aquele que se opusesse seria "eliminado do cenário econômico".
Ao dizer que "o capitalismo atual, que veio para dominar a vida econômica, educa e seleciona os sujeitos de quem precisa, mediante o processo de sobrevivência econômica do mais apto", não pude deixar de pensar em darwinismo econômico. Seriam os protestantes os mais aptos nessa história?
Começaria a pensar na supervalorização da religião em questão para a sobrevivência do capitalismo. Ao falar do tradicionalismo com o exemplo de aumentar o preço pago por tarefa realizada, na página 24, podemos ter inicialmente uma visão negativa: "o homem não deseja 'naturalmente' ganhar mais e mais dinheiro, mas viver simplesmente como foi acostumado a viver e ganhar o necessário para isso". Poderíamos pensar em qualidade de vida - se já temos o necessário para sobreviver, para quê continuar trabalhando em demasia e deixar de curtir o lazer, a família? Seria uma "teimosíssima resistência desse traço orientador do trabalho pré-capitalista. E ainda hoje encontra, e por mais atrasadas que sejam as forças de trabalho (do ponto de vista do capitalista) com que tenha de lidar".
Conversar com adeptos de diferentes religiões me fez questionar a crítica pura ao catolicismo, em especial esse medieval, elogiando apenas o protestantismo com a importância ao trabalho. Entretanto, o possível extremismo entendido pode ser positivo justamente por atrair a atenção e buscar reflexão. Porém, não podemos generalizar e entender que católicos não querem enriquecer e que todos os protestantes são os defensores do capitalismo, contribuem para o avanço deste, mas evitam gastos tanto quanto possível.
Ainda seguindo o que pensava, a aversão à obtenção do lucro fora resolvida, o que interessava ao ideal burguês, e por isso o protestantismo merece destaque na superação do pensamento condenatório, permitindo com que chegássemos ao capitalismo atual independente da religão - ou perguntamos qual igreja o dono da loja frequenta ao comprar?
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