Durante a última semana, muito se foi discutido sobre a questão do infanticídio de algumas tribos indígenas brasileiras.É um tema polêmico que por hora, será debatido na perspectiva weberiana.
Quando se fala na polemicidade do tema, é necessário saber que o é pela falta de consenso entre as diversas partes. Por um lado, 'Weber e companhia' defenderiam a tese dos valores culturais os quais interferem na análise sociológica. Por outro lado, humanistas exacerbados sendo contra ' a barbárie' cometida pelos índios.
Weber defende a tese de que a cultura indígena, por exemplo, deve ser analisada não de acordo com os valores do investigador, mas de acordo com os valores do investigado. Isto é, uma boa análise sociológica deve ser entendida tanto no Oriente quanto no Ocidente, o que não ocorre acerca do assunto polêmico, aqui debatido. Para ele não há neutralidade dos valores do investigador, mas deve prevalecer os valores do investigado, pois, segundo ele, 'neutro é quem já optou pelo mais forte'.
Já os humanistas, muitas vezes com argumentos embasados nos dogmas cristãos, defendem a idéia do 'não matarás', o que vai contra a concepção de Weber, já que essa análise só vale para o Ocidente, pois no Oriente há muitos países com pena de morte por exemplo.
Mas a questão é outra, porque falar é calar. Enquanto se discute se o cidadão 'não-índio' deve intervir na cultura indígena, devido ao infanticídio, esquece-se ou camufla-se os diversos outros infanticídios sobre os quais ninguém fala. Por exemplo: quantas crianças morrem de fome no Nordeste por ano? Isso não é um infanticídio, gerado pela divergência de classes do capitalismo não só brasileiro , mas também global? Quantas são as crianças que morrem na Praça da Sé, em São Paulo, vítimas do crack, da maconha, do cigarro(sendo estes, mecanismos de fuga da realidade para crianças sem oportunidades com quase nenhuma perspectiva de vida)?
Logo, a questão aqui mencionada, é um embate cultural, mas também um embate econômico, um embate político, um embate social, um embate de VALORES, em que não só se deve analisar os valores do investigado, mas também os valores do investigador, para que não ocorra tantas camuflagens, tantos 'erros'( próximos da hipocrisia) ao se julgar uma cultura, como foi exemplificado.
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