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sábado, 9 de abril de 2011

Além da demagogia, aquém da necessidade

Quando pensamos nos problemas do mundo, logo nos vem à mente aquilo que as políticas públicas poderiam fazer e não fazem. O filme nos mostrou problemas mundiais como a destruição ambiental, olhados tanto pela ótica de uma estudiosa (alguém que teria soluções sensatas) quanto pela de um candidato à presidência dos EUA (alguém que teria soluções demagógicas).
Ficou claro que as soluções, apesar de serem possíveis, encontram uma barreira firme, solidificada nos interesses econômicos dos grupos de pressão, principalmente. Também tornam-se difíceis as soluções viáveis pois nos acostumamos a estudar e ver o mundo fragmentado, estudando as partes cartesianamente e não o todo sistematicamente. Tal visão, ao mesmo tempo que busca soluções para um problema, pela falta de integração, acaba prejudicando ainda mais outro. Exemplificando essa afirmação, podemos citar a inserção de elementos estranhos na cadeia alimentar: para acabar com uma praga, inserem em grande volume o seu predador. Mas e depois? Quem dará cabo à esse predador? Somente criamos uma nova praga.
É assim que em geral funciona o mundo, desestabilizamos o meio para solucionar um problema que nós mesmos criamos, aumentando e criando novos problemas que consequentemente também precisarão de soluções. Geramos um "efeito-dominó gigante". Algo como um câncer que vai se ramificando e destruindo as células boas.
O método cartesiano de análise é bom, se visto como forma de estudo para sistemas fechados, mas se analisamos a biosfera ou as relações humanas, vemos que tudo se encadeia e se estudamos cartesianamente esse todo, sempre há algo que fica de fora. Esse elemento excluído é o que gera os problemas futuros.
As soluções para os problemas mundiais vão muito além do discurso dos palanques e está muito aquém das reais necessidades. Somente na visão utópica é fácil a solução: só encontrarmos um político que efetive as políticas públicas. Mas, como ele será eleito senão pela ajuda dos grupos de pressão? Não adianta encher um discurso demagógico falando em "conscientização popular" se aqueles que realmente detém o "cabresto" do mundo não se preocupam se no mundo dos filhos deles o ar será um lixo ou se a água não será potável.
O filme deixa claro, enfim, que não há uma solução efetiva, somente as infinitas possibilidades (cartesianas) de resolver os problemas localizados.

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