O filme aborda uma discussão saudável entre três pessoas com profissões e ideologias completamente diferentes. Sonia, uma dos protagonistas, expõe a tese de um método cartesiano ultrapassado, assim como um relógio mecânico, e confia na ideia de que a humanidade vive, atualmente, uma crise de percepção, que as pessoas, influenciadas por metodologias como a de Descartes e a de Bacon, tendem a picotar as coisas, analisar parte por parte, e não percebem que elas estão interligadas, que há conexões entre tudo e todos, e por isso é preciso ter um olhar focado no sistema, no geral, no todo.
Acredita em uma teia de relações, e que se essa fosse perceptível a maioria, não haveria a necessidade de se resolver problemas, já que esses teriam sido anteriormente evitados, se as idéias, hábitos e ações que os provocaram tivessem sido diferentes, se houvesse uma maior preocupação em evitar as causas do que em solucionar suas consequências. Crê que o sonho cartesiano de um mundo como uma máquina perfeita tornou-se realidade com as leis de Newton, e que essas ferramentas físicas e intelectuais criadas pelo homem causaram um desequilíbrio na natureza.
Por fim, apresenta uma reflexão sobre a frase: “saber é poder” considerando o conhecimento como algo perigoso, porque ao mesmo tempo em que esse traz muitos benefícios à vida, também é o responsável por bombas, ferramentas e armas mortíferas causadoras de dor e danos irremediáveis. E, do mesmo modo, julga ser necessário ter cuidado com o poder alcançado, pois esse deve ser um poder pessoal, usado em benefício próprio, mas também do outro e não um poder que permita apenas dominação de um sobre o outro.
Com o fim dessa abordagem, pode concluir-se que por mais diferentes que sejam as pessoas, suas crenças e suas ideologias, é bastante importante saber ouvir, conviver e aprender com o outro, com o novo, com o diferente. Porque é através dessas diferentes posições pessoais, sociais e culturais que se pode buscar um maior desenvolvimento e usá-lo em benefício de todos.
Assim como ocorre com essa figura, o conhecimento adquirido é interpretado por cada um de forma diferente, resultando na emissão de comportamentos singulares que podem ser usados tanto para o bem quanto para o mal.
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