O crescimento populacional, o contato com diferentes
culturas, o aumento multifacetado das necessidades sociais exigiram maiores
dúvidas e melhores respostas. Após o longo período de poderio e monopólio do
conhecimento pela Igreja Católica, a sociedade sentiu necessidade de novas
soluções que contrapunham a verdade clerical. Esse anseio originou-se na classe
burguesa, renegada pelo clero e pela nobreza, que por meio do resgate do
conhecimento dos antigos, consolidou uma nova forma de verdade, mas dessa vez
capaz de provocar transformações reais no ambiente.
Um novo constructo social e racional nascera. Conheces a
verdade? Prova-te. A necessidade da experiência e a suprema razão nega a
presença dos ídolos, cultua o tangível e o inovador, e inaugura a modernidade.
A ciência como máximo humano é quem esclarecerá as incógnitas da mente, o
funcionamento dos astros, do tempo e da carne. A pura ciência de tudo duvida,
nega antigas sentenças e constrói a nova verdade.
Os trabalhos do novo saber auxiliaram na elaboração da
medicina, da arquitetura, da física e do próprio homem. O antigo contemplador
passa a ser agente transformador, um cientista atento ao método e a reprodução
em escala de suas comprovações, despe-se das certezas e busca pelo novo, nega o
senso comum e busca pela mítica árvore do conhecimento. A natureza, antiga
inspiração dos poetas, transforma-se em mina de ouro, onde tudo se extrai e tudo
se aproveita. Morrem Apolo, Érebo e Gaia. Nascem as estrelas, as lamparinas e a
biologia. Morre o homem, nasce a ciência.
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