Sonia Hoffman - de "O Ponto de Mutação" - vai contra tudo aquilo que foi preconizado e aplicado por Francis Bacon e por René Descartes. A cientista adota uma ideologia contrastante com a da maioria das pessoas. Dessa forma, sua linha de pensamento difere muitíssimo da dos outros personagens do filme, sobretudo da do político. Este, por sua vez, tem uma visão completamente mecanicista, sempre procurando explicar as coisas do mundo por meio da dissecação dos fatos, ou seja: analisando separadamente cada partícula para somente depois compreender o todo (assim como pensava Descartes).
O filme, baseado no livro homônimo, nos ensina, por meio do pensamento da cientista, a repensar o mundo e compreendê-lo de forma mais abrangente. Sonia traz o pensamento de que tudo deve ser estudado a partir do grande sistema do qual faz parte, e não partindo de suas mínimas partes. Por sua vez, tal pensamento nos leva a uma análise das atitudes humanas e de suas consequências em nosso planeta.
As discussões presentes no filme encontram-se repletas de teorias acerca de fatos cotidianos, sempre com um quê de preocupação com o meio ambiente. A cientista, desiludida com as pessoas, se isola em uma região afastada. É nessa região que se dá o encontro com o político, sendo o poeta uma espécie de pivô da relação entre as duas linhas de pensamento.
Como conclusão, temos que o político adota a ideologia ecologista de Sonia, prontificando-se a aplicá-la em sua atuação política. O encontro serviu para desconstruir e reconstruir ideias, deixando a noção de que o mundo, grande sistema formado por relações, deve ser estudado e compreendido como um todo, de maneira que se observem as consequências dos atos da humanidade, e não de maneira cartesiana, mecanicista e, de certa forma, inconsequente.
Thales Flausino Alves Ferreira
Direito - 1º ano - Matutino
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