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sábado, 26 de março de 2016

REVOLUÇÃO SÓCIO-CIENTÍFICA

Há um pouco mais de duas décadas, era lançado o filme "Ponto de Mutação", um longa-metragem fortemente aclamado pela crítica. O drama aborda o diálogo de três pessoas (um político, um poeta e uma cientista), que, embora bastante diferentes em determinados aspectos, encontram-se abertas a novas experiências e a novas reflexões. Nesse contexto, coloca-se em xeque certos pensamentos e visões de mundo já consolidadas, de modo a quebrar paradigmas e a construir diferentes percepções da realidade.

Observa-se, desde o início, certa crítica à visão mecanizada e robótica que é exercida  pelos homens, considerando as ideias propagadas por Descartes as principais vítimas desse descontentamento. Há, dentro desse cenário, um forte julgamento em relação à medicina moderna e ao cientificismo exarcebado, dado o caráter obscuro e, muitas vezes, prejudicial deste. Para ilustrar esse pensamento, as personagens analisam a perda da capacidade de indignação em identificar aquilo que é abominável, sendo essa característica denominada "crise de percepção", um mal que assola a humanidade. A sala de tortura, no filme, exemplifica tal concepção.

Os novos ideais propagados, nesse sentido, buscam a criação de uma ciência mais abrangente, realista, que conecte, de maneira holística, os seres sociais e biológicos, de modo a enfatizar a interdependência existente entre eles sob a égide da chamada "teoria dos sistemas vivos". O pensamento ecológico, nessa direção, faz-se certeiro, apesar da natureza ainda ser vista, em alguns casos, como um mistério. Além disso, as personagens destacam a importância das conexões físicas como fonte primária da proposta em questão. Há, portanto, um rompimento drástico com os ideais vigentes, uma vez que o longa propõe movimentos revolucionários não só para a ciência, mas, sim, para o rumo da sociedade em geral.

Bruno Medinilla de Castilho - 1º ano Direito matutino

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