Analisando-se a obra cinematográfica "O Ponto de Mutação", de 1990, nota-se que muitos conceitos e problemas vividos há mais de 20 anos ainda permanecem em destaque.
René Descartes, filósofo do século XVI, expõe uma visão "mecanicista" sobre a humanidade, ou seja, o mundo e seus organismos são equivalentes a máquinas -pensamento até hoje vigente-. Sonia (um dos personagens; possui carreira de cientista), critica constantemente esta concepção, pois, para ela, ambos são seres muito mais complexos e dotados de infinitos valores como num sistema, apesar do grave crise que persegue os homens: a falta de percepção. Além deste fato, tem-se uma equivalência entre a Física e os problemas mundias: os átomos correspondem aos problemas isolados (analisados caso a caso) e suas conexões, ao objeto formado, ou seja, analisar as partes não definem o todo, separar em casos os problemas não se faz possível uma percepção de suas dimensões e muito menos, suas soluções.
Outro filósofo do século XVI, também citado na obra, Francis Bacon apresenta uma visão patriarcal do homem e sua dominação do mundo, afirmando que os cientistas, com seus aparelhos, deveriam torturar a Mãe Natureza para obter seus segredos, extraindo o máximo que pudesse. Com base neste fato, a discussão, que entra em pauta no diálogo dos três personagens centrais do filme, baseia-se na relação problemática entre o homem e a natureza, a deterioração que o primeiro causa na segunda e as graves consequências que pode-se obter.
Mesmo após séculos de diferença entre os filósofos e a geração atual, ainda percebe-se a grande influência que estes pensamentos têm sobre o contexto da humanidade. O filme traz à tona esses conceitos, fazendo com que seja possível a reflexão de como as pessoas se portam diante da dinâmica do planeta, suas relação interpessoais e suas perspectivas quanto ao futuro.
Aline Bárbara de Paula Coleto. 1º ano - Direito Matutino.
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