O desenvolvimento da sociedade, em especial
o aumento do nível de especialização das pessoas e das áreas do conhecimento,
de certo modo revelou um problema, situado nas diferentes opiniões dos
indivíduos essencialmente quanto ao Direito. E não é correto dizer que a
modernidade criou esse “problema” uma
vez que sempre existiram opiniões divergentes, formas de pensar opostas,
ideologias diversas, enfim, sempre a humanidade foi plural.
Parece difícil lidar constantemente com
choque de opiniões, de pensamentos e até mesmo de ações e são desgastantes esses
embates. No entanto, são eles os grandes responsáveis pelas mudanças. Se todos
pensassem da mesma maneira, motivação não teriam os cientistas. Se todas as
pessoas possuíssem a mesma capacidade para todas as áreas e inteligências que o
ser humano possui não seriam necessários os terapeutas, os psicólogos, os
professores, os orientadores. Nem mesmo o sociólogo teria grandes problemas
para pensar e diagnosticar a sociedade e nem mesmo o direito precisaria mudar
se todas as pessoas tivessem igual capacidade e embasamento para compreender as
coisas.
O choque entre a solidariedade orgânica e a
solidariedade mecânica é inevitável, pois os homens não se desenvolvem por
igual, as sociedades não são homogêneas. E o conflito entre elas talvez garanta
que a reação de uns não permita que outros fiquem indiferentes àquilo que
acontece na sociedade. O “choque” talvez permita um caminhar lento, mas o
resultado pode ser melhor elaborado e mais certo
ao final do processo de desenvolvimento.
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