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domingo, 9 de setembro de 2012

Marx. Durkheim. Quem ?


  

   A cada expressão da linguagem, seja ela visual ou escrita, constato que a construção do saber abomina linhas retas e projeções de evolução de basais à pós modernos. 
   Todo conhecimento é circular, constatamos algo, que provavelmente já fora constatado por outrem, pesquisamos e concluímos sobre tal, mudamos a abordagem, temperamos com as “irrefutáveis” iguarias da abordagem metodológica e eis o  prato do conhecimento científico, arrogante por si, (e)nuncia-se válido, quem irá contestá-lo ?
    Os pensadores clássicos da sociologia não fogem a regra. Durkheim e sua solidariedade orgânica – peço-lhe, caro leitor, que abandone, por não mais que o tempo de terminar esta leitura, suas tendências axiológicas, se fores por deveras admirador do autor supracitado agarre seu exemplar de cabeceira e abandone essa leitura – nos remete inevitavelmente ao conceito de divisão do trabalho marxista, temos , na essência dos conceitos, gêmeos ao menos bivitelinos. 
    Entende-se por divisão do trabalho a especialização de funções que permitem a cada pessoa executar determina tarefa que fora definida por suas “aptidões” de bem executá-las. Dada importância que o trabalho possui na construção da sociedade e da consciência contemporânea, vide abordagem de Weber sobre o mesmo, toda organização da sociedade se estabelece por seu caráter de especificação, devemos executar funções diversas e nos interpretar como um todo heterogêneo, remeter tal configuração ao patronado colonial brasileiro facilita a plasticidade da compreensão.
    E por solidariedade orgânica, o que se entende ? Poderia transcrever o parágrafo anterior modificando apenas algumas denominações para responder a tal indagação, creio que não precisarei fazê-lo. 
    Ambos os autores citados fazem referência ao mesmo fenômeno social, a diferenciação principal que podemos estabelecer entre eles é a carga valorativa pela qual cada um norteia sua teoria. Marx por sua cólera ao capitalismo que cavalgava rapidamente ao ápice da religião segregacionista social, e Durkheim com sua inércia na busca de legitimar a neutralidade do fato social.
     Não tomem o aqui dito como certo, provavelmente antes de escreve-lo já havia uma antítese permeada por argumentos bem mais sólidos. Não me ofendo pela invalidez, minha pretensão nunca foi científica.

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