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domingo, 2 de abril de 2023

Positivismo: corrente filosófica ou relativização de problemáticas?

 No século XIX, surge uma corrente filosófica denominada “Positivismo”, característica do pensamento de Augusto Comte; essa corrente impõe a valorização do saber científico para o encontro ao puro conhecimento. Nesse sentido, o positivismo seria responsável por explicar coisas práticas, como as leis da física. Ademais, Augusto Comte determina que a sociedade é regida por um fluxo contínuo e natural, como as ciências da natureza.

Em uma primeira análise, destaca-se a problemática de reduzir a sociedade como um fluxo “natural”, uma vez que essa caracterização invisibiliza diversos acontecimentos emblemáticos e “não naturais” que já ocorreram no corpo social. Sob essa perspectiva, destaca-se a “naturalização” de atitudes machistas, homofóbicas, transfóbicas, entre outras, uma vez que o positivismo determina a importância dos costumes e ciclos “naturais”. Logo, a visão do homem como superior, a relação entre o homem e a mulher e a questão de gênero acabam sendo tidas como possibilidades únicas, segundo uma “tradição”, acarretando diversos preconceitos com pautas em luta na contemporaneidade.

Outro aspecto da existência do positivismo é a valorização da objetividade e da racionalidade. Em um mundo cada vez mais complexo e dinâmico, informações precisas e confiáveis ​​são fundamentais para a tomada de decisões importantes. Nesse sentido, a ciência e a tecnologia são ferramentas fundamentais que nos ajudam a entender e responder aos desafios do mundo contemporâneo. No entanto, é importante ressaltar que o positivismo também tem suas limitações. Em alguns casos, uma busca obsessiva pela objetividade pode acabar por ignorar os elementos subjetivos e emocionais que são igualmente importantes para a compreensão da realidade. Além disso, o excesso de confiança na ciência pode levar a uma visão simplificada e simplista da complexidade do mundo.

Depreende-se, portanto, que se deve buscar um equilíbrio entre o conhecimento científico e outras formas de compreensão da realidade, como a experiência subjetiva e as tradições culturais. Afinal, só assim poderemos construir um mundo mais justo, equilibrado e humano.


Maria Clara Cabrera Gementi - 1° Ano Direito Noturno. RA: 231220481

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