Augusto Comte viveu na França do século XIX, período marcado por intensa mudança e instabilidade política no país, principalmente devido à Primavera dos Povos. Nesse período, a burguesia buscava por hegemonia política e ideológica ao passo que a classe operária começava a se organizar para reivindicar melhorias nas suas condições de vida. Nesse contexto, qualquer tipo de revolução ou sinal de ruptura dos padrões da sociedade já estabelecidos era visto como algo prejudicial à sociedade, posto que, desse modo, a ordem social seria afetada. Assim, Comte propõe a Sociologia Positiva, uma ciência nascida da crise, que teria seus métodos como outras ciências naturais e estudaria os “órgãos sociais”.
Comte buscava tratar a sociologia como uma ciência técnica,
por isso, observava a sociedade como um organismo que possuía a desorganização como
doença, necessitando de um diagnóstico para que a cura, a reorganização,
pudesse ser ministrada. Tudo isso sob o lema positivista, que define o amor, a
ordem e o progresso como condições essenciais para o desenvolvimento da
civilização moderna. Sob esse viés, muitos governantes utilizaram da ciência
positivista para promover o progresso acima de tudo, impedindo quaisquer
movimentos que pudessem promover a “desordem”. No Brasil, essa corrente foi
inspiração para muitos governos, sendo inclusive utilizada na criação da atual
bandeira nacional durante o governo do Deodoro da Fonseca. Posteriormente, Getúlio
Vargas também utilizou da teoria positivista em seu governo.
Por fim, a questão que fica é: existe positivismo hoje? Bom, em teoria, o positivismo puro e aberto não está mais presente na atualidade, contudo, é possível observar o engajamento positivista nas sociedades, principalmente nas mais autoritárias. Por exemplo, nas eleições brasileiras de 2018, com a ascensão da extrema direita, foi possível perceber o retorno desses ideais, como a defesa do autoritarismo para promover a ordem e o progresso. Em 2020, pudemos observar durante a pandemia, em alguns países, uma defensa por parte da população e até mesmo alguns membros do governo, de ideias que promoveriam o progresso acima de tudo, como por exemplo, o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro afirmando que a economia não podia parar por causa de uma “gripezinha”, se colocando, desse modo, contrário à quarentena como proteção à vida dos brasileiros.
Portanto, fica claro que com a ascensão da extrema direita em muitos países, a teoria positivista vem sendo atualizada e ganhando força novamente na atualidade.
TEMA 2: EXISTE POSITIVISMO HOJE?
Sarah Kulchar Tvardovskas
1° Ano - Direito (Noturno)
RA: 231224257
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