O
8 de janeiro no Brasil a partir da análise positivista
Era
dia oito de janeiro de dois mil e vinte e três quando o Brasil foi atingido por
um ato contra a democracia dos ditos “cidadãos do bem” que habitam o país. Uma
versão pirata do que foi a invasão do Capitólio norte-americano, atingiu
Brasília como uma afronta ao Estado Democrático de Direito a partir de um
discurso de “ordem e progresso” e o salvamento do país do fantasma do
comunismo. Dessa forma, é passível perceber que esse acontecimento foi
fortemente influenciado pela corrente positivista, a qual deu as caras no
século XIX e que tinha por objetivo criar uma ciência da sociedade baseada na
física social. Inserido em um contexto histórico de transformação material e
social, inspirado pela Revolução Industrial e pelas intensas mudanças da
Revolução Francesa, Comte desenvolve essa filosofia de que existe uma marcha
contínua da humanidade para o progresso Por isso, é possível compreender a
teoria positivista e como ela afeta os atos contra a democracia do dia oito de
janeiro no Brasil.
Dessa
forma, esse acontecimento se dá a partir de um movimento para modificar a
sociedade o mais depressa possível, com intenção de “reorganizar” o que havia
instaurando-se no Brasil, após a derrota do ex-presidente Bolsonaro. A partir
de um discurso em prol da conservação da família tradicional brasileira, dos
interesses da massa cristã, e para que a economia brasileira alavancasse, o
coro “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, marchou em Brasília com a homilia
de um amor por um princípio, ou seja, indivíduos que se uniram e resignaram por
amor a sociedade brasileira, por um bem maior. Assim, o discurso conservador
bradado no início de janeiro se dá com a única intenção de conservar as pessoas
em seus lugares sociais para que haja “progresso” no Brasil.
Portanto,
a partir da lógica de Comte, na qual tem-se a ordem por base, os “cidadãos do
bem” tem por objetivo aliar-se ao discurso do ex-presidente Bolsonaro para
manter os grupos sociais em seus respectivos lugares, ou seja, os mais pobres
continuam na miséria e não recebem nenhum respaldo do governo para ascender
socialmente e os mais ricos permanecem enriquecendo e tendo seus interesses
pessoais sendo atendidos. Desse modo, chegar-se-ia ao progresso brasileiro e a
sociedade é capaz de se movimentar. De maneira que, o oito de janeiro se dá
para conter uma falsa crise que poderia causar desorganização no Brasil e por
isso era preciso que esses cidadãos reorganizassem o país, de modo que seriam
os “salvadores da pátria” que curariam o Brasil da doença comunista que se
alastraria a partir do novo governo petista.
Ana Júlia Nogueira
RA: 231221819
1° ano Direito
Matutino
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