O
termo "física social" foi cunhado por Augusto Comte, o qual tinha a
intenção de sistematizar os estudos sobre a sociedade e, diante disso,
implementou o positivismo. Inserido em um contexto de fervilhamento social,
Comte entende a necessidade de criação de uma ciência capaz de entender e
estudar a sociedade e, por isso, constitui a sociologia e determina seu estudo
a partir de uma concepção positivista de ordem e progresso.
Indisvinculável
à bandeira brasileira, o lema “ordem e progresso” exprime o contexto positivista
formador da república federativa do Brasil em 1889. Desde sua formação, com um
golpe militar contra a monarquia, a república brasileira teve muito mais a influência
do positivismo inato dos seguidores de Deodoro da Fonseca do que a vontade social
de um povo que assistiu bestializado de longe a mudança de regime político. Tal
linha de pensamento determinou a maneira de pensar do governo brasileiro, o
qual suprimiu as individualidades da sociedade em prol de um falso progresso
coletivo que respalda o autoritarismo.
Seja
na era Vargas ou na ditadura militar, a ordem foi usada de instrumento para a coerção
da sociedade e progressão da perpetuação do poder dos líderes políticos sob um
falso pretexto de bem comum a todos. Porém, em nenhum lugar do mundo a
abdicação das liberdades individuais para a manutenção de líderes políticos representativos
é uma escolha sábia, uma vez que, segundo Rousseau, uma vontade não se
representa.
Portanto,
usufruindo da frase:” No momento em
que um povo se dá representantes, não é mais livre, não mais existe”; pode-se
entender através do pensamento iluminista de Rousseau que não existe progresso
para o indivíduo sem o fim da manutenção de uma ordem vigente que favorece os
detentores do poder em detrimento das liberdades e seguranças individuais.
Sendo assim, chega-se à conclusão de que, apesar de critério fundamental para a
distinção de sociedades, o positivismo como única fonte de análise da
sociologia acarreta em grotescos erros de dimensão autoritária e regressos na
forma de condução do atual contexto socialmente engajado.
Guilherme Nunes de Melo Santini Trevisan, 1° ano de direito- Positivismo
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