Karl Marx
nasceu em 1843, na Prússia, e junto com Friedrich Engels desenvolveram o método
do materialismo histórico-dialético, o qual busca analisar a realidade através
das relações materiais ao longo da história. Tudo isso pode ser encontrado na
sequência de livros “O Capital”, no qual o primeiro exemplar foi lançado em
1867. O contexto histórico de Marx e Engels foi a Inglaterra industrial do
século XIX, momento em que a burguesia explorava o proletariado explicitamente
com jornadas de trabalho muito exaustivas, sem proteção, sem descanso e sem um
salário digno.
Zygmunt
Bauman nasceu em 1925, na Polônia, e desenvolveu a sua teoria da Modernidade
Liquida, a qual afirma que todas as certezas se desmancham no ar. Isso pode ser encontrado no livro “Modernidade
Líquida”, o qual foi publicado em 1999. O contexto em que Bauman cria sua
teoria é o da globalização e da evolução das tecnologias.
Agora, o
momento de reflexão: “O que Marx possui em comum com Bauman?”. A princípio pode
ser que nenhuma relação possa ser feita de imediato. Mas, com um olhar mais
profundo se observa uma conexão entre os pensadores. Claramente, Marx e Engels não poderiam ser
capazes de prever o futuro. Todavia, eles entenderam o sistema em que viviam. A
lógica do capitalismo advém da busca incessante por produzir cada vez mais
capital. Assim, o indivíduo nunca se torna satisfeito com o que conquistou,
sempre busca mais. Trabalhar mais, estudar mais, mudar mais. Entretanto, esse
pensamento de “curto prazo” prejudica as relações humanas. Afinal, não é
possível construir amor, confiança e parceira com pouco tempo. A amizade por si
já é algo que demanda tempo, o que um indivíduo imerso no sistema capitalista
não percebe. Entretanto, o ser humano é por natureza um animal sociável que precisa criar fortes laços com outros para viver bem.
Portanto, uma
das razões para vivermos hoje com ansiedade, depressão e outras tantas doenças
comuns da modernidade é o modelo capitalista que nos incentiva a não realizar
ações de longo prazo, o que dificulta as interações humanas. Um dos motivos da
sociedade moderna ser líquida é justamente essa lógica capitalista descrita por
Marx e Engels. Em suma, a modernidade efêmera serve ao fluxo do capital, mais
uma vez o bem estar social do indivíduo
é colocado abaixo do sistema.
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