Total de visualizações de página (desde out/2009)

quinta-feira, 31 de março de 2022

Um novo método científico para uma sociedade de novos valores - Mirella B Vechiato

 Mirella Bernardi Vechiato, Direito 1º ano Matutino 

Um novo método científico para uma sociedade de novos valores

  Historicamente pensando, a filosofia clássica nasce na Grécia Antiga e desenvolve-se ao longo de décadas. Essa filosofia caracteriza-se por se bastar, isto é, vale por si só e não assume compromissos de intervir no mundo. Na modernidade, com a burguesia ascendendo, surgiu a necessidade de uma ciência que fosse mais do que especulações, buscava-se uma ciência que tivesse funções práticas, que fosse racional e experimental. É nesse contexto que se destaca o pensamento de Descartes e Francis Bacon, filósofos que propuseram a criação de um novo método científico para essa nova sociedade que emergia.

  De início, ressalta-se as proposições de Descartes para a importância do caráter racional que a ciência moderna deve adotar. Primeiro, valoriza-se a racionalidade do homem e a capacidade por ela dada para ele julgar de forma correta e discernir o que é verdadeiro e o que é falso. Ademais, é por meio desse exercício que o homem passa a questionar aquilo que lhe entregam por verdadeiro e, por meio dessa desconfiança, ele traça novos caminhos para alcançar tais máximas. Portanto, para René Descartes, o homem deve ter como ponto de partida desse novo método científica as dúvidas, a fim de sustentar as verdades na razão e não nos sentidos.

  Junto disso, tem-se as proposições de Francis Bacon. Ao contrário de Descartes que supervalorizou a razão, para Bacon a observação devia ser uma das bases da ciência moderna. Em outras palavras, a ciência não pode ser um mero exercício da mente, e esta não pode guiar-se por si, é importante que a ciência moderna, para alcançar seu objetivo de uso prático, tenha mais contato com o mundo material. É nesse sentido que se entende a importância da experiência como interpretação da natureza para fuga do senso comum. Assim, o pensador entende que essa nova ciência é a cura e libertação da mente humana de seus ídolos, visto que ela trabalharia na observação dos fenômenos que até então só eram aceitos como verdade pelo senso comum, em vista de se familiarizarem com a mente humana.

   Dessa forma, entende-se as proposições que formularam a nova metodologia científica moderna: a racionalidade somada a observação. Então, entende-se que nessa ciência tudo aquilo que não tem explicação racional também não possui legitimidade no conhecimento, como maneira de, então, superar superstições. Além disso, ressalta-se que as percepções de mundo do homem são facilmente guiadas por idolatrias que devem ser postas em experimentações e observações, no intuito de criar uma ciência útil, a qual além de explicar a natureza também passe a domina-la. Por fim, conclui-se que essa nova metodologia proposta visava concretizar a ideia de ciência como um elemento voltado para o bem estar do homem e, por isso, deve ter sua função prática e concreta, não somente verbal.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário