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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Positivo e operante.

"Construir o futuro."
Este é um dos maiores clichês usados por oradores, políticos e visionários. E não é à toa. O uso do primeiro termo remete à instituição social que é mais comumente apontada como a mantenedora de ordem e geradora de progresso: o trabalho.
Desde os tempos da caverna, o trabalho é visto como o meio necessário de o homem sustentar-se e sobreviver, caçando e coletando sua comida, fabricando utensílios como vestimentas, armas e ferramentas que facilitassem o labor e aumentassem o conforto da tribo. E foi justamente a busca incessante pela facilitação e pelo conforto que provocou a evolução e o progresso das sociedades humanas, e assim é até nossos dias.
Um dos fundamentos das igrejas surgidas a partir da Reforma Protestante pregava que "o trabalho enobrece o homem". Notamos a aplicação prática desta afirmação quando vemos em um trabalhador um ser humano de boa fé e em um mendigo um "folgado", "vagabundo".
O operário é o construtor do futuro. Ao integrar-se no sistema, trabalhando religiosamente de cinco a seis dias por semana, ele colabora para a manutenção da ordem de sua nação e, transformando seu labor em renda para si e para os seus, colabora também para o progresso desta mesma nação.
A ordem, figurativamente, é justamente o trabalho conjunto de todas as peças de uma engrenagem. Com diferentes tamanhos, espessuras e até mesmo formas, cada engrenagem exerce sua função particular, e na falta dela todo o sistema falha. Manter a ordem, ou seja, o perfeito funcionamento e o zelo de cada peça, é essencial para que a engrenagem cumpra sua função: mover-se. E esta é a figura do progresso: cada peça fazendo sua parte para mover um sistema maior.
O cidadão que se levanta todos os dias bem cedo para ir trabalhar está, mesmo que inconscientemente, cumprindo seu papel social: em sua particularidade, o labor que ele exerce é parte de um coletivo de labores específicos que, juntos, colaboram para a ordem e o progresso da nação. 
Podemos concluir, assim, que o trabalho é essencialmente positivista. Esta instituição que nasceu juntamente com o homem é a base de nossa vivência em sociedade e a engrenagem que move a máquina social. O trabalho enobrece-nos: transforma-nos em indivíduos de bem. Não mais egoístas, somos parte de um todo, parte de uma ordem. Assim, tornamo-nos uma nação positiva e operante, tendo em nossas mãos a capacidade transformadora de construir o futuro.

Hiago A. Cordioli
Introdução à Sociologia 
Augusto Comte - "Curso de Filosofia Positiva"
1° ano de Direito, período noturno

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