Auguste Comte, francês fundador da sociologia e corrente filosófica do positivismo, tinha ideias próprias a respeito de como a educação deveria funcionar no Estado positivista ideal.
Comte acreditava profundamente na disciplina como fundamental no aprendizado da criança. Ele priorizava a ordem em toda a sociedade e, dentro das escolas, isso não poderia ser diferente. Além disso, para evitar explicações teológicas dos fenômenos desde cedo, o sociólogo acreditava que se deveria impor o ensino científico acima de tudo, em detrimento dos ensinos literários, caracterizados como anticientíficos, pois provinham da mente do educador.
É claro, é visível o prejuízo que uma educação nos moldes positivistas teria. Mais aulas de matemática, física, química e biologia, com as matérias de humanas quase desaparecendo do currículo. Além de perigosa, essa estratégia é bem conhecida de ditadores ao redor do mundo para emburrecer a população politicamente. Como, portanto, seria justificável, ou correto, tentar instaurar esse estilo de escola para as crianças de hoje?
Incrivelmente, é a escola que temos hoje. As aulas da área de exatas e biológicas têm uma clara preferência por parte de pais, educadores, e até mesmo alunos, que desprezam as humanidades, taxando-as de inúteis e aqueles que as fazem, de fracassados. Esse é um pensamento, no mínimo, deprimente. O que seria da sociedade sem os historiadores, para nos alertar e estudar a fundo nossos padrões? E os sociólogos, que detectam movimentos perigosos em sua raiz? E quanto aos juristas, que mantêm a sociedade sã e funcionando? Eles não precisariam ter sua importância reconhecida, também?
Temos, atualmente, um modelo de escola mais positivista do que seria saudável. Essa é, no entanto, uma tendência que vem diminuindo cada vez mais. Com novos modelos de ensino, como o Waldorf, e escolas que fogem do modelo tradicional cada vez mais numerosas, o caminho futuro é esperançoso para a educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário