“A faculdade de julgar
bem e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente aquilo que se chama
bom senso ou razão, é, naturalmente, igual em todos os homens” (Descartes)
Descartes afirmava que, para conhecer a verdade, é
necessário que coloquemos todos os nossos conhecimentos, até aqueles que
consideramos mais incontestáveis, em dúvida. Para tanto, o mesmo elaborou um
método calcado na razão, elemento marcante da filosofia desenvolvida durante o
século XVII.
A partir desse método cartesiano (adjetivo que deriva de
Cartesius, forma latina do nome Descartes), calcado em princípios matemáticos e
sintetizado na obra “O Discurso do método”, é depreendido que o conhecimento na
verdade é algo que não resulta de simples percepções sensoriais e sim de uma
análise lógica e pré-estabelecida, a fim de que se comprove a veracidade do
mesmo.
Hegel, filósofo da contemporaneidade (segunda metade do
século XIX até a primeira metade do século XX), por sua vez, ao estabelecer que
as idéias são mutáveis e evoluem com a sociedade, ou seja, têm por fundamento
um tempo histórico como determinante de sua racionalidade, reforça o modelo
racional das mesmas, pois a dúvida continuaria sendo uma constante do conhecimento
apreendido. Por meio somente da contestação, da dúvida, seria possível a
evolução das ideias.
Assim, pode-se observar na teoria de Descartes, um embrião
do que seria a dialética de Hegel, pois o estabelecimento da “dúvida” no
conhecimento como necessidade para o estabelecimento de verdades remete ao
processo dialético, formado pela contraposição de duas idéias, tese + antítese,
que daria origem à uma síntese, uma nova ideia.
Ambos
pensadores são adeptos ao pensamento racional e crítico, estabelecendo que
apenas a contestação e a constante mudança das ideias são a premissa para o
estabelecimento do conhecimento. Descartes ao apresentar a possibilidade de unificar uma forma de se buscar conhecimento permitiu que, séculos depois, Hegel pudesse tentar estabelecer premissas para fundamentar um processo eterno de criação do mesmo.
“Conhecimento
é pretexto para mais conhecimento, para um avanço ainda mais profundo da razão”.
Mariana Ferreira Figueiredo
1º ano de Direito (Diurno)
Introdução à Sociologia - Aula 02
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